Violações de direitos humanos no Mali preocupam europeus

Os ministros europeus das Relações Exteriores, reunidos nesta quinta-feira em Bruxelas, se declararam "alarmados" diante das "alegações de violações dos direitos humanos" no Mali e pediram às autoridades do país que "investiguem imediatamente" eventuais represálias contra os tuaregues ou outras minorias étnicas.

Reunião dos ministros das Relações exteriores em Bruxelas nesta quinta-feira, 31 de janeiro de 2013. consilium.europa.eu

"A União Europeia está preparada para fornecer um apoio adequado na luta contra os abusos", escreveram os ministros em uma declaração adotada ao final da reunião.

Eles também elogiaram "a decisão da Corte Penal Internacional de lançar uma investigação" e disseram desejar uma "mobilização rápida de observadores e o reforço da cooperação das organizações internacionais" para garantir "o respeito aos direitos humanos em todo o território" do Mali.

A tensão continua forte no norte do país entre, de um lado, as minorias árabe e tuaregue, cujos membros são majoritários nos grupos islâmicos radicais armados, e do outro lado os negros majoritários no resto do Mali.

Os ministros europeus também pediram que as autoridades do país apliquem imediatamente as medidas políticas para o pós-guerra, adotadas de maneira unânime pelo parlamento do Mali na terça-feira. Isso "constitui um progresso essencial na perspectiva do restabelecimento completo da ordem constitucional, incluindo o controle civil das forças armadas, e da autoridade do Estado sobre todo o território do Mali", diz o documento.

A União Europeia também deseja o restabelecipmento de um "diálogo nacional" aberto sobretudo às populações do norte e a todos os grupos que rejeitam o terrorismo e reconhecem a integridade do Mali, enfatiza o texto dos ministros europeus. Ele especifica que "esse progresso permite a retomada gradual da ajuda europeia ao desenvolvimento", de cerca de € 250 milhões, que tinha sido parcialmente suspensa após o golpe de Estado de março de 2012.