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Egito/crise

Vice-presidente egípcio renuncia durante votação de referendo

Os eleitores egípcios foram às urnas nesse sábado para a segunda etapa do referendo sobre a nova Constituição do país. Os analistas acreditam que o polêmico texto será aprovado pela maioria da população. Os resultados devem ser divulgados no início da semana. Além das denúncias de fraudes lançadas pela oposição, o dia foi marcado pela demissão do vice-presidente, Mahmoud Mekki.

Filas marcaram a segunda fase do referendo sobre a nova Constituição egípcia.
Filas marcaram a segunda fase do referendo sobre a nova Constituição egípcia. REUTERS/Khaled Abdullah
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O vice-presidente anunciou sua demissão no final do dia. Mahmoud Mekki, que tinha uma carreira de magistrado antes de assumir o cargo, disse que sentiu há muito tempo que “a natureza do trabalho político não corresponde a minha formação profissional de juiz”.

Conhecido por ter defendido várias reformas durante o regime de Hosni Mubarak, ele havia sido nomeado pelo presidente Mohammed Mursi em agosto passado. Durante o dia, antes do anúncio da saída de Mekki, vários rumores avançaram a demissão do chefe do Banco Central egípcio, Farouk al-Oqda, mas a informação foi desmentida pelo governo.

A renúncia do vice-presidente foi anunciada durante a segunda fase do referendo sobre a nova Constituição do país, projeto apresentado pelo presidente Mursi e que divide os egípicios. Cerca de 51 milhões de eleitores foram convocados para participar das duas etapas do pleito.

O voto contou com uma grande mobilização da população e a comissão eleitoral teve que prolongar os horários de abertura das zonas eleitorais, que funcionaram até as 23h. Como na semana passada, quando a primeira metade dos egípcios foi às urnas, a oposição denunciou inúmeras fraudes durante o referendo.

As organizações de defesa dos direitos humanos informaram que algumas categorias de eleitores foram as mais visadas pelas supostas irregularidades. Segundo os observadores, as filas dos cristãos e das mulheres, mais propensos a recusar o projeto de Constituição de tendência islâmica, foram bloqueadas propositalmente, provocando horas de espera.

Os resultados devem ser divulgados nos próximos dois dias. Os analistas políticos acreditam que a nova Constituição será aprovada, mas temem que isso não coloque fim na crise que toma conta do país desde novembro passado, quando o presidente Mursi anunciou uma série de medidas polêmicas aumentando seus poderes.

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