Palestinos vão ao Conselho de Segurança contra colônia israelense
Os dirigentes palestinos anunciaram nesta segunda-feira que vão recorrer ao Conselho de Segurança da ONU contra a construção de 1500 novas casas de colonos em Ramat Shlomo, bairro de Jerusalém Oriental. A declaração foi feita pelo porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Nabil Abou Roudeina, em visita oficial a Roma. O projeto condenado pelos Estados Unidos em 2010 recebeu o sinal verde do ministro israelense do Interior na mesma data.
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Há dois anos, o projeto provocou uma crise diplomática entre Israel e os Estados Unidos, seu tradicional aliado, após a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, ao local. Com as novas construções, a colônia de Maalé Adoumim passaria a se conectar com bairros de colonização judaica em Jerusalém Oriental, cortando a Cisjordânia em dois e isolando Jerusalém Oriental, o que compromete a viabilidade de um futuro Estado palestino.
A retomada da ampliação dessa colônia israelense em território palestino se insere no pacote de represálias anunciadas pelo governo de Israel, após a elevação do status da Palestina a “Estado não membro” nas Nações Unidas, por esmagadora maioria. O Estado judaico pretende construir ao todo 3 mil novas casas em colônias situadas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e congelar o repasse de 100 milhões de dólares em impostos à Autoridade Palestina. O valor corresponde a metade do orçamento da organização.
O reconhecimento da Palestina como "Estado observador" permite agora que ela acione o Conselho de Segurança sobre seu conflito com Israel e peça sanções internacionais e mesmo uma intervenção militar na região. Passa a ser acessível também um recurso contra a invasão de um Estado, e não mais um território, no principal instrumento jurídico da ONU, a Corte Penal Internacional.
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