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Egito/Crise política

Exército prega diálogo para superar crise política no Egito

No primeiro comunicado oficial após duas semanas de protestos contra o presidente egípcio, Mohamed Mursi, o Exército quebrou o silêncio e pregou hoje "o diálogo como a melhor e única via para resolver a crise política" no país.

O Exército enviou tanques às ruas próximas do palácio presidencial, neste sábado, no Cairo.
O Exército enviou tanques às ruas próximas do palácio presidencial, neste sábado, no Cairo. AFP PHOTO/GIANLUIGI GUERCIA
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A nota oficial das Forças Armadas afirma que o Exército "sempre esteve ao lado do grande povo egípcio e está determinado a conservar sua unidade". "Caso contrário, empreenderíamos um caminho obscuro que culminaria num desastre que não podemos permitir", acrescentam as Forças Armadas no texto.

O Exército não havia tomado posição desde o começo da crise entre opositores e o presidente Mursi, iniciada com a publicação do decreto presidencial que deu plenos poderes ao chefe de Estado, acima do poder judiciário. Mursi já acumulava os poderes executivo e legislativo e por isso passou a ser chamado nas ruas do Cairo de o "novo faraó do Egito". A oposição também exige a retirada do projeto da nova Constituição. Mursi cogitou adiar o referendo sobre o texto constitucional, previsto para o dia 15 de dezembro, mas não anunciou uma decisão oficial.

O projeto da nova Constituição egípcia cria polêmica. O texto foi redigido por parlamentares da maioria islâmica com base em preceitos religiosos islâmicos. Artigos dão margem a interpretações duvidosas sobre os direitos das mulheres e outras instituições. Essa "islamização" acentuada da legislação ameaça liberdades individuais, em particular a liberdade de expressão e de religião, o que voltou a unir a oposição liberal, laicos, cristãos coptas e outros grupos minoritários no Egito contra o presidente Mursi, que é membro da Irmandade Muçulmana.

Opositores continuam acampados no centro do Cairo, mas a noite de sexta-feira para sábado foi calma, ao contrário das madrugadas precedentes. Neste sábado, não há registro de distúrbios graves envolvendo manifestantes e policiais.

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