Oposição síria pede missão armada da ONU para conter violência
A oposição síria pediu hoje à ONU o envio de uma missão de paz armada ao país e a votar uma resolução para obrigar o regime do presidente Bashar al-Assad a cessar a violência contra a oposição. Ontem, os 300 observadores da ONU que verificavam a situação na Síria decidiram parar as atividades devido aos riscos para os participantes da missão. Neste domingo, pelo menos mais 37 pessoas foram mortas em confrontos no país.
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O pedido por uma missão de paz ocorre na véspera da abertura da Cúpula do G20, no México, quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve dialogar sobre a Síria com o da Rússia, Vladimir Putin, e o da China, Hu Jintao. Russos e chineses são os dois principais aliados do regime sírio e bloqueiam qualquer tentativa de ação da ONU contra al-Assad.
Em um comunicado, o Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal organização de oposição, pediu à ONU “adotar rapidamente uma resolução diante do capitulo 7 da sua Carta, para armar os observadores que poderão cumprir suas tarefas em segurança, e a obrigar o regime a parar a matança e a aplicar o plano de paz” elaborado pelo emissário internacional Kofi Annan, aceito pelo presidente sírio, mas jamais cumprido. O capítulo 7 da Carta das Nações Unidas prevê medidas coercitivas em caso de ameaça contra a paz, que podem ser sanções econômicas ou o uso de força militar.
Ontem, Burhan Ghalioun, membro do comitê executivo e ex-presidente do CNS, já havia pedido a intervenção direta da ONU para cessar o conflito, que já dura 15 meses. “Está claro que nós não podemos contar com observadores desarmados. É preciso enviar capacetes azuis para a Síria, uma missão maior e capaz de se proteger contra a violência do regime”, afirmou, após o anúncio da decisão de os observadores deixarem o país enquanto os riscos permanecerem.
Homs sitiada
O último balanço divulgado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos aponta que pelo menos 3.353 pessoas morreram no país desde 12 de abril, quando se iniciou o cessar-fogo estabelecido no plano de saída de crise.
Neste domingo, pelo menos 37 pessoas morreram em todo o país em atos de violência, enquanto o cerco do Exército à cidade opositora de Homs permanece. Os habitantes dizem que a cidade está sendo saqueada e começa a faltar comida e água. A oposição acusa o regime de estar por trás dos saques, que ocorrem há cinco dias.
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