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Síria/ violência

Conselho de Segurança se reúne para tratar sobre massacre na Síria

O Conselho de Segurança da ONU realiza neste domingo, em Nova York, uma reunião de urgência sobre a Síria, após pelo menos 108 pessoas serem mortas no país pessoas em apenas dois dias, entre elas 32 crianças. O pedido de reunião foi feito pela Rússia, que se recusa a assinar uma declaração de condenação à violência no país sem um diálogo entre os membros do conselho. O regime de Damasco negou ter responsabilidade no massacre.

Mulher mostra a foto de duas crianças mortas durante os bombardeios a Hula.
Mulher mostra a foto de duas crianças mortas durante os bombardeios a Hula. REUTERS/Omar Ibrahim
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O Reino Unido e a França haviam proposto uma declaração de condenação do massacre na cidade de Hula, ocorrido entre sexta-feira e sábado. Trinta e duas crianças foram mortas nesta ocasião, orquestrada pelo regime, conforme a oposição síria.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Síria, Jihad Maqdisi, culpou supostos "grupos terroristas" pela tragédia. Em 14 meses de revolta popular, 13 mil pessoas já morreram, segundo novo balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Das 13 mil vítimas fatais, 9.183 são civis, 3.072 membros das forças de segurança do regime e 794 desertores do Exército.

A prova de que o cessar-fogo negociado pela ONU e a Liga Árabe é sistematicamente violado são as 1.881 pessoas mortas, das quais 1.260 civis, desde o dia 12 de abril, data do início da trégua. O OSDH contabiliza como civis todos os sírios sem formação militar que se juntaram às milícias para combater o regime.

O regime de Damasco negou neste domingo ter responsabilidade no massacre de Hula, que choca a comunidade internacional. Na véspera da chegada ao país do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, autoridades de Damasco anunciaram a criação de um comitê militar para investigar as mortes.

Na versão oficial, de acordo com o porta-voz Jihad Maqdisi, "centenas de homens equipados com metralhadoras, morteiros e outros armamentos pesados foram vistos embarcando em pick-ups para invadir uma zona protegida pelas tropas governamentais". "Eles atacaram postos militares, que reagiram em legítima defesa, e utilizaram pela primeira vez, desde o início do conflito, mísseis antitanques", prosseguiu o porta-voz do regime.

O general Robert Mood, chefe da missão de observadores da ONU na Síria, não entrou no mérito da autoria do massacre, mas afirmou que os civis mortos em Hula foram vítimas de disparos de artilharia pesada a partir de blindados.

Na manhã de hoje, as forças do regime de Bashar al-Assad travaram intensos combates com rebeldes em um bairro de Damasco, segundo a oposição. O OSDH informou que na capital e na periferia aconteceram várias explosões, uma delas contra um veículo das forças da ordem que causou um número ainda desconhecido de feridos.

O massacre de Hula, localidade da província de Homs (centro), provocou protestos na comunidade internacional. O Exército Sírio Livre, formado essencialmente por desertores, e equipado com armas leves, declarou que não vai mais respeitar o cessar-fogo negociado há um mês e meio por Kofi Annan, devido à violação diária do acordo pelas tropas do regime.
 

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