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Síria/Crise política

Oposição síria pede intervenção militar para proteger civis

Em mais uma semana de intensa violência na Síria, opositores do governo de Bashar al-Assad pedem uma intervenção militar urgente da ONU. Ativistas dos direitos humanos afirmam que pelo menos 40 pessoas foram mortas no país desde segunda-feira. A Liga Árabe também pede proteção imediata aos civis, mas sem o uso da força.  

Observadores da ONU patrulham ruas de Damasco em dia de novas manifestações contra o regime nesta quinta-feira, 26 de abril.
Observadores da ONU patrulham ruas de Damasco em dia de novas manifestações contra o regime nesta quinta-feira, 26 de abril. REUTERS/Khaled al-Hariri
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Nesta sexta-feira, as ruas de Damasco foram palco de manifestações contra os bombardeios, que deveriam ter acabado desde o anúncio do cessar-fogo. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se diz profundamente perturbado com os relatos dos observadores da organização no país. Ele pede que o governo sírio respeite, imediatamente, a promessa de retirar as Forças Armadas das ruas.

Após o bombardeio da cidade de Hama, no centro, a oposição da Síria cobrou ontem uma reunião da ONU em caráter de urgência para a proteger os civis. O grupo aponta a comunidade internacional como a culpada pelo que se passa no país.

Em entrevista a um jornal local, o chefe do conselho militar do Exército Sírio Livre, Moustapha Ahmed, avaliou que a missão dos 300 observadores da ONU está condenada ao fracasso. Ele considera existir apenas duas soluções para a crise síria. "Seja um mecanismo no Conselho de Segurança para derrubar o regime de Assad, o que não vai acontecer, já que os russos vão apresentar um veto, ou uma intervenção militar", destacou Ahmed.

O ministro francês das Relações exteriores, Alain Juppé, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, assinalaram a possibilidade de uso da força militar para garantir a paz na Síria, legitimados pelo capítulo 7 da carta das Nações Unidas. A Rússia e a China, aliadas de Damasco, devem vetar essa decisão. "Parece que o único meio de escapar da guerra civil, o método mais promissor, é um diálogo nacional", opinou Mikhaïl Bogdanov, vice-ministro russo das Relações Exteriores.

Números de mortes divergentes

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), 40 pessoas foram mortas desde segunda-feira, mesmo com o suposto cessar-fogo declarado há cerca de duas semanas. O número é bem diferente do divulgado pelos veículos de informação oficiais, que declaram a morte de 16 pessoas.

Nesta quinta-feira, observadores da ONU visitaram a periferia de Damasco, onde sete pessoas foram mortas ontem. Segundo o OSDH, desse total cinco civis foram vítimas das forças governamentais. Mas, de acordo com a agência oficial, eles foram mortos sob ataque de "terroristas".

Como se tornou comum nos últimos meses, as autoridades sírias se eximem de responsabilidade nos abusos contra a população e acusam um "grupo terrorista armado" de cometer mais de 1.300 estupros. Para completar a manobra, ainda pedem esforços a Kofi Annan, emissário especial da ONU, para combater "os países que apoiam esse grupo".

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