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EUA/Afeganistão

Obama e Cameron prometem cumprir missão no Afeganistão até o fim

O presidente norte-americano Barack Obama e o primeiro-ministro britânico David Cameron prometeram nesta quarta-feira continuar sua missão no Afeganistão até o fim. Os apelos para a retirada das tropas internacionais - formadas majoritariamente por soldados americanos e britânicos - se multiplicam após o massacre de Kandahar no último domingo. Durante entrevista coletiva na Casa Branca, os dois dirigentes também discutiram o programa nuclear do Irã e o conflito na Síria.

O primeiro-ministro britânico David Cameron (dir.) e o presidente norte-americano Barack Obama garantiram que terminarão a missão no Afeganistão como previsto, durante entrevista coletiva de imprensa nos jardins da Casa Branca.
O primeiro-ministro britânico David Cameron (dir.) e o presidente norte-americano Barack Obama garantiram que terminarão a missão no Afeganistão como previsto, durante entrevista coletiva de imprensa nos jardins da Casa Branca. Reuters
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No segundo dia da sua visita aos Estados Unidos, David Cameron se reuniu com o presidente norte-americano na Casa Branca antes de participar de uma entrevista coletiva.

Entre os temas abordados pelos dois dirigentes estava o processo de tranferência de responsabilidade pela segurança da Otan para as forças afegãs, que deve ser concluído no final de 2014.

Esse dossiê se tornou ainda mais sensível após as manifestações antiamericanas no Afeganistão, em resposta à incineração de exemplares do Corão e ao massacre, no último domingo, de 16 civis afegãos por um soldado norte-americano.

Barack Obama garantiu que apesar desses eventos o calendário norte-americano de saída do Afeganistão não terá nenhuma modificação "repentina": "Neste momento não espero nenhuma modificação repentina no plano de que dispomos. Já retiramos 10 mil dos nossos soldados. Prevemos retirar 23 mil outros até o verão".

A Isaf, a missão da Otan no Afeganistão, vai passar no próximo ano, como previsto, de um papel de combate a um "papel de apoio", antes de uma retirada completa em 2014, segundo o presidente Obama. Ele acrescentou que o chefe do governo britânico também tinha defendido a validade desse plano de transição.

David Cameron, que realiza uma visita de três dias aos Estados Unidos em companhia de sua esposa Samantha, prometeu que o Reino Unido não vai abandonar sua missão no Afeganistão. "A Grã-Bretanha combate ao lado dos Estados Unidos desde o início (do conflito em 2001). Ainda temos 9.500 soldados no país. Nós vamos terminar essa missão e o faremos de maneira responsável."

Massacre

Em visita ao Afeganistão, o secretario de Defesa norte-americano, Leon Panetta, admitiu que os casos de queima de exemplares do Corão e assassinato de civis por soldados norte-americanos são "profundamente inquietantes". Mas ele garantiu que os Estados Unidos vão continuar sua missão para vencer a rebelião dos talibãs e de seus aliados da rede terrorista Al-Qaeda.

Leon Panetta se reuniu nesta quarta-feira com chefes de tribos locais para tranquilizá-los após o massacre do último domingo. Um porta-voz do Pentágono informou hoje que o suposto autor do atentado foi transferido para fora do país. O secretário de Defesa norte-americano deve se encontrar nesta quinta-feira com o presidente afegão Hamid Karzai. 

Irã

Um outro tema abordado pelos dois dirigentes foi o Irã e seu controverso programa nuclear. Obama enfatizou que as possibilidades de se resolver o problema por vias diplomáticas estão acabando. Os Estados Unidos, os países ocidentais e Israel suspeitam que o programa de uso civil de energia nuclear de Teerã seja na verdade uma cobertura para o desenvolvimento de armas nucleares.

"Faremos de tudo para encontrar uma solução diplomática, mas no fim das contas é necessário que tenhamos alguém do outro lado da mesa (de negociações) que leve isso a sério, e eu espero que o regime iraniano compreenda isso", acrescentou Obama.

Síria

No que diz respeito à Síria, o primeiro-ministro britânico disse considerar que se o presidente Bachar Al-Assad "continuar" a repressão de seu próprio povo, ele enfrentará uma "guerra civil e uma revolução".

"O mais urgente na Síria é oferecer ajuda humanitária àqueles que necessitam e estamos trabalhando nisso; a Grã-Bretanha se comprometeu a dar £ 2 milhões suplementares (R$ 5,6 milhões) para comida e assistência médica", disse Cameron.

Já Barack Obama garantiu que Bachar Al-Assad partirá, aconteça o que acontecer: "A questão não é saber se ele vai abandonar (o poder), mas quando".

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