Último responsável por atentados terroristas de Bali é julgado

O processo do radical islâmico Umar Patek, um dos responsáveis pelos atentados de Bali (Indonésia) em 2002, começou hoje no Tribunal de Jacarta. Ele é acusado de ter confeccionado os explosivos que resultaram no pior ataque terrorista da história do país, com a morte de 202 pessoas.

Umar Patek, suspeito de terrorismo nos atentandos de Bali de 2002. REUTERS/Enny Nuraheni

Patek foi preso Abbottabad, cidade paquistanesa onde o terrorista Osama Bin Laden foi morto, no ano passado. Ele é o último acusado de terrorismo a ser julgado pelo atentado, depois que vários outros membros do grupo extremista Jemaah Islamiyah foram presos ou executados. Considerado como o braço armado do grupo terrorista Al Qaeda na Ásia do sudeste, o grupo é responsável pela maioria dos ataques já realizados na Indonésia.

Ao chegar ao tribunal, a bordo de um carro blindado, o réu exibia um largo sorriso e demonstrava descontração, portando um chapéu muçulmano e a uma longa barba. “O acusado cometeu um complô diabólico com vistas a obter, fornecer e deter armas de fogo, munições e explosivos ou outros materiais perigosos, com fins terroristas”, declarou o representante da acusação, Widodo Supriady, na sala repleta de jornalistas estrangeiros. Ao final da audiência, ainda sorridente, Patek, 45 anos, dirigiu-se aos juízes que o julgarão e apertou-lhes a mão, antes de deixar a sala.

No lado de fora, nenhuma manifestação foi registrada. O processo deve durar quatro meses e pode resultar na pena de morte para o acusado. Ele reconheceu ter confeccionado as bombas que explodiram um bar e uma casa noturna na ilha de Bali, em 12 de outubro de 2002. Ele não é, entretanto, um dos organizadores do atentado, que já foram julgados.

O ataque deixou 202 mortos, entre eles 88 australianos, e surpreendeu também por acordar o medo de terrorismo no país, o que abriga a maior população muçulmana do mundo e até então era visto como moderado. Patek também responde por fabricar explosivos disfarçados e presentes de Natal, fazendo 19 mortes em igrejas no dia 24 de dezembro de 2000, e por ter participado à instalação da Al Qaeda na Indonésia.