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Irã

Irã vai anunciar "o maior dos avanços nucleares", diz Ahmadinejad

Neste sábado, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante um discurso transmitido pela TV estatal, declarou que vai anunciar nos próximos dias "avanços muito importantes" na área nuclear. Falando a milhares de soldados das tropas do exército do país, o líder também atacou Israel, seu grande inimigo.

O presidente Mahmoud Ahmadinejad discursa na cerimônia do 33° aniversário da República Islâmica.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad discursa na cerimônia do 33° aniversário da República Islâmica. Reuters/Raheb Homavandi
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"Nos próximos dias, o mundo vai testemunhar um anúncio do mais importante e maior avanço nuclear do Irã", foram as palavras do presidente iraniano, durante um inflamado discurso em celebração ao 33° aniversário da República Islâmica, transmitido pela televisão estatal.

Ahmadinejad não deu nenhuma pista sobre a futura revelação.

A comunidade internacional suspeita que o programa nuclear iraniano tenha como objetivo a construção de uma bomba atômica. O país nega, alegando que enriquece urânio exclusivamente com fins civis.

Discurso

Durante a sua oratória, o presidente não poupou Israel, lembrando que seu país "destruiu o ídolo do Holocausto". Mahmoud Ahmadinejad sempre negou o genocídio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial e é, declaradamente, o inimigo número um do Estado de Israel, que surgiu em 1948.

As tensões entre os dois países têm crescido nos últimos dias, a ponto de o próprio secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, declarar que um ataque de Israel às instalações nucleares do Irã pode acontecer nos próximos meses, entre abril e junho.

Imprensa francesa

A hipótese de um ataque é tão debatida, que até o vespertino francês Le Monde escolheu o tema geopolítico para a manchete da sua última edição, datada de domingo e segunda-feira, 12 e 13 de fevereiro: "Atacar o Irã:o enredo que divide Estados Unidos e Israel".

O artigo observa que diante da ameaça do programa nuclear iraniano, os partidários de uma ofensiva militar vêm se manifestando em Israel, inimigo número um da República Islâmica. Já os americanos são bem mais reticentes sobre a ideia de tal reação militar, pelo menos em 2012; sem excluir, porém, a possibilidade dos israelenses concretizarem sua ameaça até o meio deste ano, o que poderia complicar o papel de Washington no Oriente Médio.

A geopolítica na região é uma complexa rede de estratégias. Um exemplo: a crise síria é um dos elementos-chave para os diplomatas pressionarem o Irã a negociar uma solução para a questão nuclear. A queda do regime do presidente Bachar al-Assad, aliado do Irã na região, enfraqueceria ainda mais o governo de Ahmadinejad, que já é alvo das sanções ocidentais.

Em outras palavras, o jornal francês analisa que os esforços diplomáticos diante das atrocidades na Síria caminham de mãos dadas com o objetivo de privar o Irã de seu grande aliado. A aliança entre os dois países, que já dura trinta anos, se baseia na minoria alauíta de tendência xiita.

Em Israel, os eventos dramáticos na Síria levam os dirigentes a diferentes análises. Em 2 de fevereiro, o ministro da defesa, Ehoud Barak, declarou que "o reinado da família Assad está chegando ao fim".
 

 

 

 

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