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Grécia/crise

Premiê grego alerta para caos se país decretar moratória

O primeiro-ministro grego Lucas Papademos lançou um alerta nesta sexta-feira contra o risco de "caos incontrolável" na falta de um acordo para a redução da dívida do país. De acordo com ele, a Grécia atravessa um momento de "responsabilidade histórica."

O primeiro-ministro grego Lucas Papademos reuniu os três representantes dos partidos que formam a coalizão governamental
O primeiro-ministro grego Lucas Papademos reuniu os três representantes dos partidos que formam a coalizão governamental Reuters/Maria Marogianni/
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O premiê tenta obter a coesão política necessária para aprovar as novas medidas de austeridade e evitar a moratória, depois do anúncio da demissão de diversos membros dos partidos da coalizão que forma o governo. Segundo o primeiro-ministro grego, uma falência fora de controle mergulharia o país em uma situação desastrosa, o que criaria as condições para estabelecer o "caos econômico e a explosão social", declarou Papademos depois de uma reunião do Conselho de Ministros. Ele também anunciou que o país reduziria as privatizações em um montante total de 19 bilhões de euros, para gerar mais recursos para os cofres públicos.

A Grécia deverá adotar um novo pacote de austeridade, que prevê economias de 325 bilhões de euros, para obter a liberação de um pacote de 130 bilhões de euros pela União Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu, além do perdão de 100 bilhões de euros dos credores privados. As medidas incluem novos cortes no salário mínimo e fundos de pensão, além da supressão de 150 mil vagas no setor público.

Os quatro ministros do partido de extrema direita Laos se opuseram às medidas e pediram oficialmente demissão nesta sexta-feira, poucas horas depois do chefe do partido Georges Karatzaféris indicar que não votaria o novo plano de austeridade imposto pelos credores institucionais. "Este plano humilha o país", disse. A debandada da ala direita do governo acontece um dia depois da Grécia anunciar um acordo com os três partidos que formam a coalizão governamental.

A secretária para negócios estrangeiros Marilisa Xenogiannakopoulou, integrante do Pasok, o partido socialista dirigido pelo ex-premiê grego George Papandreou, também anunciou sua demissão nesta sexta-feira. O plano, mesmo sem o apoio da extrema-direita, ainda pode ser adotado pelo Parlamento no domingo, já que o Laos possui apenas 16 deputados.

O Eurogrupo, formado pelos ministros das Finanças da zona do euro, deve voltar a se reunir no dia 15 de fevereiro com o governo grego, que depende dos recursos do bloco para pagar a parcela de 14,5 bilhões de euros, correspondente aos juros da dívida soberana, que vence no dia 20 de março. Caso contrário o país vai decretar moratória.  Diante do impasse, diversos líderes já falam da possibilidade da Grécia deixar a zona do euro.

A população grega iniciou uma nova greve geral de 48 horas nesta sexta-feira para protestar contra as novas medidas. Foram registrados diversos confrontos entre os manifestantes e a polícia perto da praça Syntgama, que jogou bombas de gas lacrimogêneo e coquetéis molotov na multidão. Os protestos reuniram cerca de 7 mil pessoas.
 

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