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Nigéria/Violência

Cristãos na Nigéria dizem ser vítimas de uma “limpeza étnica”

Autoridades religiosas da Nigéria qualificaram neste sábado de “limpeza étnica e religiosa sistemática” a morte de dezenas de cristão atribuídas a um grupo radical islâmico nas últimas semanas no norte do país. Um reunião de emergência de responsáveis da Igreja concluíram que “a forma dos assassinatos efetivamente nos faz pensar em uma limpeza étnica e religiosas sistemática”, declarou Ayo Oritsejafor, líder da Associação Cristã da Nigéria (CAN, na sigla, em inglês), principal organização cristã do país reunindo católicos e protestantes.  

A violência contra os cristão na Nigeria começou na noite de Natal de 2011.
A violência contra os cristão na Nigeria começou na noite de Natal de 2011. Reuters
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Os líderes também decidiram “ definir todos os meios necessários para se defender diante desses assassinatos insensatos”, acrescentou, sem dar maiores detalhes.

“Temos o direito legítimo de nos defendermos (...)custe o que custar”, alertou Oritsejafor. Mais de 30 cristãos foram mortos no nordeste da Nigéria desde a última quinta-feira em ataques reivindicados pelo grupo islâmico Boko Haram.

Após uma série de ataques que deixaram mais de 50 mortos na noite de Natal, o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, decretou no dia 31 de dezembro estado de emergência nos estados do centro e norte do país implicados na violência promovida pelo grupo radical.

Os ataques continuaram e se multiplicaram após o fim, na qurta-feira, do ultimato estabelecido pelos militantes do Boko Haram exigindo que os cristãos deixassem a região norte do país, de maioria muçulmana.

Na sexta-feira, o líder da Associação Cristã da Nigéria alertou os cristão da região norte do país a ficarem em estado de alerta e a se proteger, bem como seus familiares e residências diante das ameaças de ataques.

“Este tipo de evento nos lembra o início da guerra civil que aconteceu na Nigéria”, disse Ayo Oritsejafor, em referência à guerra sangrenta que deixou mais de 1 milhão de mortos entre 1967 e 1970. O líder religioso ainda acusou os governadores dos estados da região norte do país de serem os responsáveis pelos assassinatos diante de sua incapacidade de inibir a violência do grupo islâmico.
 

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