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Egito/ violência

Confrontos no Egito deixam 33 mortos

Confrontos violentos entre forças policiais e manifestantes pró-democracia foram registrados nesta segunda-feira, 21 de novembro, pelo terceiro dia consecutivo no Egito. Segundo balanço oficial, ao menos 33 pessoas morreram e 1,5 mil ficaram feridas desde sábado por causa da onda de violência. Os manifestantes pedem mais rapidez na transição do atual poder militar para um governo civil.

Manifestantes se dispersam após o lançamento de gás lacrimogênio pela polícia durante protestos no Cairo, nesta segunda-feira.
Manifestantes se dispersam após o lançamento de gás lacrimogênio pela polícia durante protestos no Cairo, nesta segunda-feira. REUTERS/Asmaa Waguih
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Nesta segunda, conflitos ocorreram quando a polícia egípcia tentou retirar manifestantes da praça Tahir, no centro do Cairo, durante um protesto iniciado na semana passada pela transferência do poder dos militares para os civis. O principal alvo dos manifestantes é o Ministério do Interior, como mostram imagens transmitidas ao vivo pela televisão pública. A polícia usou gás lacrimogêneo e atacou um hospital de campanha enquanto manifestantes arrancavam paralelepípedos das vias públicas para lançá-los contra os policiais. Outras grandes cidades do Egito, como Alexandria e Suez, também registraram confrontos.

A praça Tahrir era o principal local de reunião dos manifestantes do Cairo durante a revolta de 18 dias que derrubou o ex-ditador, após três décadas ininterruptas de governo. A atual onda de confrontos é a pior desde então.

O governo do ex-ditador Hosni Mubarack foi deposto por manifestantes em fevereiro, e desde então uma junta militar ocupa o poder, no que seria o primeiro passo de uma transição para um novo governo. O cargo de presidente interino é ocupado pelo marechal Hussein Tantaui, ex-membro do regime e que ocupou o posto por ser o chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas.

Nas últimas semanas, manifestantes, em sua maioria islâmicos e jovens ativistas, vêm protestando contra um projeto de constituição que, segundo eles, permitiria que os militares tivessem muito poder. Segundo o projeto, os militares e seu orçamento não ficariam sujeitos a uma supervisão civil.

Incertezas marcam eleições

No próximo dia 28, devem começar as primeiras eleições legislativas depois do final do regime, mas os resultados podem demorar até meses para serem conhecidos. Antes da votação ser finalizada, os partidos políticos e o governo precisam chegar a um acordo sobre o anteprojeto constitucional, que coloca os militares a salvo de qualquer supervisão parlamentar, potencialmente permitindo que as Forças Armadas desafiem um governo eleito. Já a data das eleições presidenciais ainda não foi determinada.

Pelo menos 39 partidos e grupos políticos disseram em nota que vão se manifestar para "proteger a democracia e a transferência de poder". Negociações entre os grupos islâmicos e o gabinete foram rompidas.

Na Europa, a chefe da Diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, afirmou hoje que “a lei e a ordem devem ser garantidas com o respeito dos Direitos Humanos”, enquanto Londres condenou os atos de violência. Já Roma e Berlim expressaram “profunda preocupação” com a situação no Egito.
 

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