Mahmoud Abbas pede adesão de Estado palestino à ONU
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, pediu formalmente nesta sexta-feira a adesão de um Estado palestino à Organização das Nações Unidas. A solicitação, feita durante a 66ª Assembleia Geral da entidade, deve começar a ser estudada pelo Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira. A iniciativa de Abbas foi criticada pelo primeiro-ministro israelense, que discursou logo após o líder palestino.
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Apesar da pressão internacional, Mahmoud Abbas entregou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, uma carta na qual explicou e defendeu o seu pedido. Logo depois, o dirigente palestino fez um discurso na Assembleia, no qual disse que “Israel minou todas as chances de paz no último ano”. “Em um momento em que o povo árabe afirma sua luta pela democracia na chamada Primavera Árabe, chegou a hora da primavera palestina, a hora da independência”, declarou Abbas.
Considerado como um momento histórico, o pedido foi comemorado pelos palestinos nas grandes cidades da Cisjordânia. Milhares de pessoas saíram às ruas em Ramala, Nablus e Hebron.
A solicitação palestina foi transmitida imediatamente ao Conselho de Segurança que, de acordo com fontes diplomáticas, deve começar a estudá-la na segunda-feira. Mas as discussões podem ser longas. “As negociações no Conselho podem se arrastar até outubro, ou mesmo novembro”, disse Paul Seger, embaixador da Suiça na ONU.
Os palestinos esperam obter a aprovação de pelo menos nove dos 15 membros do grupo. Por enquanto apenas seis membros, entre permanentes e não-permanentes (China, Rússia, Índia, Líbano, África do Sul e Brasil) pretendem aprovar o pedido. França, Alemanha, Nigéria, Gabão, Bósnia e Portugal continuam indecisos, enquanto a Colômbia já avisou que vai se abster. Os Estados Unidos, grandes aliados de Israel, vão votar contra.
Reação israelense
Logo após o discurso de Abbas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um discurso na Assembleia Geral da ONU, onde criticou a atitude palestina. O chefe do governo disse que Israel e os palestinos não alcançarão a paz por meio de resoluções das Nações Unidas, e sim por negociações diretas. “Eu estendo minha mão ao povo palestino”, disse Netanyahu.
O premiê também propôs um encontro com o líder palestino na ONU. “Eu não posso fazer a paz sozinho. Eu não posso fazer a paz sem você”, disse o chefe do governo israelense. “Nós dois somos filhos de Abraão e nossos destinos estão entrelaçados”, concluiu Netanyahu.
O quarteto pelo Oriente Médio, formado pelos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Nações Unidas lançou um novo apelo na ONU para que as discussões sejam retomadas entre as duas partes. Eles pedem que um acordo israelo-palestino seja firmado até o final de 2012.
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