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Ataques/ Líbia

Países desejam passar comando das operações para a Otan

No interior da própria coalização formada para cumprir a resolução da ONU para acabar com a violência na Líbia, surgiram divergências sobre o comando das operações militares, liderado inicialmente pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha com o apoio da Grécia, Itália, Dinamarca Bélgica e Espanha.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, explica no Parlamento as ações militares na Líbia.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, explica no Parlamento as ações militares na Líbia. Reuters
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Os países têm expressado a intenção de passar o comando da operação, batizada de Aurora da Odisséia, à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Do Chile, onde está em visita oficial, o presidente american, Barack Obama, afirmou que os Estados Unidos querem passar liderança das operações em "questão de dias" e defendeu o maior engajamento da aliança militar. "A OTAN vai desempenhar seu papel" na nova fase militar na Líbia, disse Obama. Segundo ele, essa nova fase das operações deverá começar em um prazo de "alguns dias e não de semanas".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, defendeu um comando utilizando os mecanismos da OTAN para que possa haver "uma coordenação entre todos (os países) que queiram participar". Também o chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi pediu na segunda-feira que o comando das operações passe para a OTAN.
Desde sábado, americanos, franceses e britânicos vêm coordenando as ações para aplicar a resolução 1973, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, que autorizou a intevenção militar e a criação de uma zona de exclusão aérea para proteger a população líbia dos ataques das forças leias a Kadafi.

A Noruega informou que seus aviões F-16 enviados na segunda-feira ao Mediterrâneo não participarão de nenhuma missão enquanto não ficar clara a questão do comando militar da operação na Líbia. O chefe da Liga Árabe, Amr Moussa ¬- que apoiou a instauração de uma zona de exclusão aérea -, afirmou, no domingo, que os bombardeios estariam fugindo de seus objetivos. Ontem, ele disse que foi mal interpretado.
Os ocidentais celebraram o apoio e a participação da Liga Árabe para uma intervenção na Líbia, mas até o momento, apenas o Catar se envolveu de fato. Os Emirados Árabes Unidos deixaram claro que seu papel na Líbia vai se limitar a uma ajuda humanitária.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai se reunir na próxima quinta-feira para avaliar a situação no país. De acordo com um diplomata que participou de um encontro a portas fechadas para avaliar o pedido do governo líbio para a realização de uma reunião de emergência, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, deverá fazer um resumo da situação na Líbia, conforme prevê a resolução aprovada na semana passada.

Críticas internas começam

A coalizão assegura que não visa diretamente o coronel Kadafi. "A posição americana é de que Kadafi deve partir", afirmou o presidente americano, durante sua visita ao Chile. A presidência da comissão das Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, nos Estados Unidos, lamentou que Obama não tenha informado claramente o povo americano a ameça que representa a Líbia para segurança nacional americana. A Câmara dos Representantes, dominada pela oposição republicana, considera que não foi devidamente consultada sobre a operação militar e deve promover um debate para discutir o envolvimento das forças americanas. "Estamos envolvidos em duas guerras e não creio que precisamos de uma terceira", disse um senador americano.

Na Grã-Bretanha, o primeiro-ministro David Cameron também multiplica declarações para explicar que a operação militar na Líbia é diferente da intervenção no Iraque, que arruinou a popularidade do ex-premiê Tony Blair, muito criticado pelo alinhamento com o governo americano.

"É diferente do Iraque. Não se trata de entrar no país e derrubar o governo e se responsabilizar por tudo o que acontecer na sequência", disse o primeiro-ministro aos deputados. "Trata-se de proteger a população e oferecer oa povo líbio a oportunidade de construir seu próprio destino", completou Cameron.

Na segunda-feira, o Parlamento britânico aprovou por 557 votos a favor e 13 contra a decisão do chefe de governo de enviar navios de guerra e aviões de combate para atacar alvos militares na Líbia e defender a população.

Três dias após o início dos bombardeios, Brasil voltou a pedir o fim dos combates

"Ao lamentar a perda de vidas decorrente do conflito no país, o governo brasileiro manifesta expectativa de que seja implementado um cessar-fogo efetivo no mais breve prazo possível, capaz de garantir a proteção da população civil, e criar condições para o encaminhamento da crise pelo diálogo", escreveu a diplomacia brasileira em um comunicado. O documento foi divulgado na noite de segunda-feira, poucas horas após a visita do presidente Barack Obama ao país.

O Brasil, assim como a China, Alemanha, Índia e Rússia, se absteve na votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a resolução autorizando as operações militares na Líbia.
 

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