Líbia suspensa do Conselho de Direitos Humanos da ONU
A Líbia é o primeiro país a ser suspenso do Conselho dos Direitos Humanos da ONU. Os 192 países que compõem a organização concordaram e aprovaram essa medida, sem precedentes, como forma de protesto ao regime político do ditador Muammar Kadafi e da violência praticada pelas forças de segurança do país contra a sociedade civil, nas últimas semanas.
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Por Cleide Clock, correspondente da RFI em Nova York
O pedido para analisar a suspensão partiu dos 47 países-membros do CDH, que fica em Genebra, na Suíça, e vem se somar a uma série de ações internacionais contra as atrocidades praticadas na Líbia.
O Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos e a União Europeia já anunciaram sanções contra o regime de Kadafi, incluindo a proibição de viagens, embargo de armas e o congelamento de ativos do líder líbio.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, repetiu diante da Assembleia Geral a sua preocupação com a situação atual: "O mundo falou com uma só voz. Exigimos um fim imediato da violência contra os civis e o absoluto respeito de seus direitos fundamentais, inclusive os de liberdade de expressão e de reunião", disse Ban Ki-Moon.
Apesar de ter sido a favor da suspensão da Líbia, o embaixador da Venezuela na ONU, Jorge Valero Briceño, expressou em discurso as "reservas" de seu país e declarou que "uma decisão como esta só pode ser adotada após uma investigação objetiva e crível que confirme a veracidade dos fatos. Não se pode condenar um país a priori. Consideramos esta decisão precipitada", ele disse, sendo duramente criticado pela embaixadora americana, Susan Rice, por essas palavras.
A suspensão não remove a Líbia permanentemente do Conselho, mas impede a participação da nação árabe até que seu retorno seja aprovado novamente pela Assembleia Geral.
Cleide Klock, correspondente da RFI em Nova York
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