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França/G20

Emergentes bloqueiam acordo sobre indicadores de desequilíbrios mundiais no G20

Os ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20 retomaram os trabalhos no G20 hoje de manhã, depois de uma noite de negociações infrutíferas. Os países emergentes e ricos não conseguiram chegar a um consenso sobre as principais propostas que estão sobre a mesa, entre elas os indicadores que devem medir os desequilíbrios nas economias mundiais. 

A ministra francesa da Economia, Christine Lagarde e o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner.
A ministra francesa da Economia, Christine Lagarde e o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner. REUTERS
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Ontem, após reunião dos Brics, formado pelo Brasil, India, China, Rússia e, mais recentemente, África do Sul, o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou as divergências do grupo com relação à proposição da presidência francesa.

 Atualmente, quatro séries de indicadores estão em debate : dois para definir os desequilíbrios internos de um país, ou seja déficit e dívida pública, e outros dois para medir os desequilíbrios externos, o saldo da balança de contas correntes ou da balança comercial, reservas de câmbio e taxas reais de câmbio.

 Segundo Mantega, os Brics concordam em usar indicadores fiscais, como déficit e dívida pública, mas são contrários à utilização do saldo da balança de contas correntes e das reservas internacionais como critérios para medir desequilíbrios.

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Guido Mantega, ministro brasileiro da Fazenda

Os emergentes, que acumulam 75% das reservais de câmbio mundiais, temem que a inclusão das reservas nessa lista de indicadores abra espaço para que o Fundo Monetário Internacioal (FMI) estabeleça limites para a reserva.

 Segundo negociadores que se debruçaram sobre a questão durante a madrugada deste sábado, a oposição mais dura vem da China, primeiro exportador mundial que, sozinha, acumula 31% das reservas internacionais.

Os chineses, regularmente acusados de manter sua moeda, o yuan, artificialmente desvalorizada, também são contra a inclusão na lista das taxas reais de câmbio.

A França tem a ambição de conseguir chegar a um consenso sobre os indicadores até o final deste sábado. Esses indicadores devem servir de termômetro para estabelecer um diagnóstico das economias do G20. Eles servirão de base para que se estabeleça, à partir da segunda metade deste ano, recomendações de política econômica aos países que apresentarem fortes desequilíbrios, como excedentes ou déficits excessivos.

 A França fez da redução dos desequilíbrios nas economias mundias uma das prioridades da presidência do G20. Mas ontem, o ministro Guido Mantega mandou um recado aos países ricos.

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Guido Mantega, ministro brasileiro da Fazenda

 “O que estamos buscando é um crescimento equilibrado. Ainda temos desequilíbrios porque os países avançados ainda não conseguiram se recuperar da crise. Essa é a questão básica . A melhor medida é um estímulo eficaz à recuperação dos Estados Unidos e dos países europeus, porque isso é que ajudaria a reduzir o desequilíbrio mundial », disse.

 A reunião ministerial do G20 será concluída neste sábado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai conceder entrevista coletiva neste sábado, às 17h, horário local, 14h, horário de Brasília.

 

 

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