Tunísia tem novo presidente interino após queda de Ben Ali
O presidente do Parlamento tunisiano, Foued Mebazaa, assumiu interinamente neste sábado a Presidência do país, no lugar do premiê Mohammed Ghannouch. Ele foi designado pelo Conselho Constitucional da Tunísia que afastou definitivamente Ben Ali do cargo. O ex-presidente tunisiano fugiu do país na sexta-feira, pressionado por protestos populares. Neste sábado, lojas e casas voltaram a ser saqueadas no país e o centro da capital Tunis foi ocupado pelo exército.
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O Conselho Constitucional da Tunísia se baseou na Constituição do país para designar o presidente do Parlamento e não o primeiro-ministro como presidente interino. O órgão também anunciou eleições em 60 dias. A ordem constitucional parece restabelecida, mas o país ainda vive em clima de incerteza, após a fuga de Zine el Abidine Ben Ali. O ex-presidente se refugiou na Arábia Saudita após os protestos contra o seu regime. Ele estava no poder há 23 anos e tinha sido reeleito para um quinto mandato em outubro de 2009.
Em sua primeira declaração, o novo presidente interino Foued Mebazaa disse neste sábado que todos os tunisianos sem exceção vão participar do processo de transição política no país. Ele prometeu respeitar o pluralismo, a democracia e a Constituição da Tunísia. Ele também anunciou que o ainda primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi está encarregado de formar um novo governo.
Clima de incerteza
Por enquanto, o clima ainda é de tensão no país. O centro da capital Tunis continua ocupado pelo exército que protege os prédios públicos e impede o acesso às principais ruas e avenidas. Lojas, supermercados e até casas foram saqueados e muitos tunisianos acusam partidários do ex-presidente Ben Ali pelos saques. Esta informação foi confirmada por um diplomata francês na Tunísia, segundo a AFP.
Alguns saqueadores foram presos, mas a segurança ainda não está garantida. A população também teme acertos de conta entre a polícia e o exército. A crise na Tunísia começou em meados de dezembro, com protestos de jovens contra o regime. Mais de 60 pessoas morreram nos confrontos com a polícia.
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