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Haiti/Eleições

Autoridades temem violência nas eleições no Haiti

O cantor Michel Martelly, um dos candidatos favoritos à presidência, disse que seu comício foi atacado por homens armados em Cabo Haitiano, no norte do país. Cerca de 4 milhões de haitianos vão às urnas neste domingo para o escolher o novo presidente do país.

Partidários do candidato Jude Celestin, no dia 25 de novembro de 2010.
Partidários do candidato Jude Celestin, no dia 25 de novembro de 2010. Reuters/Allison Shelley
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Flávia Marreiro, correspondente da Folha de S. Paulo, especial para a RFI

Michel Martelly, um dos três candidatos mais bem posicionados para a eleição do Haiti neste domingo, denunciou nesta sexta-feira que seu comício em Cabo Haitiano, no norte do país, foi atacado por homens armados. A informação não havia sido confirmada pelas forças de segurança neste sábado, mas o episódio é mais um que alimenta o temor de que a violência domine a jornada eleitoral. Cerca de 4 milhões de haitianos vão às urnas neste domingo para o escolher o novo presidente país, além de 11 senadores e 99 deputados. A Minustah, a força de estabilização da ONU no país desde 2004, afirma que as condições de segurança são melhores que as das presidenciais de 2006.

O comandante do braço militar da missão, o general brasileiro Paul Cruz, afirma que dos 2500 locais de votação 361 são considerados zonas vermelhas, ou seja, com grande probabilidade de ocorrências de episódios de violência. Grande parte dos pontos sensíveis está no centro do país, uma das regiões mais atingidas pelo surto de cólera que chegou ao país em outubro. A doença só veio complicar a situação do país, que apenas começa o trabalho de reconstrução após o devastador terremoto de janeiro.

Segundo o mais recente boletim do governo, mais de 1600 pessoas morreram desde o início da epidemia, quase 100 na capital Porto Príncipe. As organizações de saúde estimam que 400 mil pessoas possam contrair a doença nos próximos meses. A campanha contra a cólera está em todos os lados na capital e os haitianos sabem quais medidas de higiene devem tomar, mas simplesmente não tem como segui-las, já que quase nenhuma área pobre tem água corrente e esgoto.

Sem falar no 1,5 milhão de haitianos que, desde janeiro, ainda vivem em acampamentos para desabrigados.Além do desafio imediato de lidar com o surto de cólera, o próximo presidente terá a tarefa de coordenar os trabalhos de reconstrução do país. Os haitianos também escolherão neste domingo, a câmera de deputados e um terço do Senado.A expectativa é que a eleição só seja decidida no segundo turno, em janeiro.
 

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