Israel retoma construção de assentamentos no leste de Jerusalém
A medida complica ainda mais retomada do diálogo direto com os palestinos, afirma o negociador Saeb Erakat. O chanceler egípcio disse que as nações árabes poderão pedir o reconhecimento de um estado palestino na ONU, caso Israel não ceda na sua política de assentamentos.
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Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Telaviv
O Ministério de Habitação e Construção israelense aprovou a licitação para a construção de 238 casas em dois bairros em Jerusalém oriental, 158 em Ramot e outras 80 unidades em Pisgat Zeev, ambos os bairros situados em território ocupado por Israel após a Guerra dos Seis Dias de 1967. Os assentamentos serão os primeiros a serem construídos depois do fim da moratória do dia 26 de setembro.
Israel considera estas localidades bairros de Jerusalém, após anexação da porção oriental da cidade em 1980. A medida nunca foi reconhecida internacionalmente. Trata-se do primeiro anúncio de novas construções na parte ocupada da cidade desde a crise com os EUA com o anúncio de 1.600 novas casas, durante a visita ao país do vice-presidente americano, Joe Biden.
O principal negociador palestino, Saeb Erakat, acusou o governo de Israel de querer "liquidar qualquer possibilidade" de retomada das negociações do diálogo direto com a Autoridade Palestina. O negociador apelou ao governo dos Estados Unidos e disse que Israel insiste em "acabar com qualquer oportunidade de retomada das negociações". Já o ministro de relações exteriores egípcio, Ahmed Aboul Gheit, disse que as nações árabes poderao buscar o reconhecimento de um estado palestino na ONU, caso Israel continue a expansão dos assentamentos.
Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Jerusalém
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