ONU diz que crimes na República Democrática do Congo podem ser genocídio
Um relatório das Nações Unidas, divulgado hoje, inidca que crimes cometidos pelo exército de Ruanda e por outros países africanos na República Democrática do Congo podem ser considerados como genocídio. O governo de Ruanda rejeitou as acusações.
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Em um comentário oficial anexado ao relatório divulgado pelas Nações Unidas nesta sexta-feira, em Genebra, o governo de Ruanda rejeitou "com veemência o documento" e disse que as acusações são feitas sem provas suficientes. Outros países acusados, entre eles Burundi e Angola, também recusaram o relatório.
A ONU publicou o relatório final sobre os crimes cometidos na República Democrática do Congo entre 1993 e 2003 por militares de vários países, principalmente pelos exércitos de Ruanda e de Uganda.
O relatório acusa oito países e 21 grupos armados clandestinos de violações graves de direitos humanos cometidas na República Democrática do Congo, entre 1993 e 2003. Entre os países, estão Ruanda, Uganda, Burundi e Angola.
Os crimes mais graves teriam sido cometidos contra os refugiados hutus, incluindo mulheres e crianças, pelo exército nacional da Ruanda, dominado pela etnia rival tutsi.
De acordo com o relatório, "os ataques sistemáticos tinham como alvo o grande número de refugiados hutus ruandeses na República Democrática do Congo. Ataques que, julgados por um tribunal competente, poderiam ser qualificados como crimes de genocídio", acrescenta o documento. Em resposta, o governo ruandês classificou o relatório como "errado e perigoso" e que constitui um "insulto à História".
Já Uganda é acusada de vários crimes de guerra e contra a humanidade, entre eles, a paralisação das turbinas da barragem de Inga, responsável pela eletricidade de grande parte da cidade de Kinshasa, o que causou a morte de várias pessoas. O governo de Uganda também negou todas as acusações.
Outro país citado é Angola, acusado de proceder sistematicamente operações para executar todos aqueles considerados amigos dos seus inimigos.
O relatório com cerca de 500 páginas, é fruto de uma investigação realizada entre julho de 2008 e junho de 2009. A data de publicação já havia sido adiada por conta de várias controversas. Ao total, o relatório classifica 617 crimes graves, que mataram dezenas de milhares de civis na República Democrática do Congo, entre 1993 e 2003.
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