Pena de iraniana condenada à morte ainda está suspensa, diz Chancelaria
A Justiça está reavaliando o veredito de Sakineh Ashtiani, condenada por adultério e pela participação no assassinato de seu marido. A comunidade internacional se mobiliza para tentar salvar a iraniana.
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O Irã confirmou neste sábado que a pena por apedrejamento de Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada por adultério e participação na morte de seu marido, está suspensa temporariamente. A Justiça iraniana, segundo a chancelaria do país, está reavaliando o veredito, que ainda não têm prazo para ser anunciado, de acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast.
O porta-voz também pediu aos países ocidentais que não misturem "questões jurídicas com questões políticas." Ele voltou a afirmar que Sakineh é culpada pelos dois crimes. O caso de Sakineh, uma viúva iraniana de 43 anos, condenada em 2006 por ter mantido relações sexuais com um homem depois da morte do seu marido, provocou comoção mundial. Os Estados Unidos, a União Europeia e outros países, entre eles o Brasil, pediram ao governo iraniano que revertesse a decisão da Justiça.
Diversas personalidades também assinaram uma carta pedindo a libertação da iraniana. Os ex presidentes franceses Jacques Chirac et Valéry Giscard d'Estaing assinaram uma petição pedindo clemência por Sakineh. A primeira dama Carla Bruni-Sarkozy afirmou em carta aberta que o seu marido, o presidente Nicolas Sarkozy, defenderá a iraniana "até o fim."
Diante da intransigência das autoridades iranianas, a França pediu nesta sexta-feira aos países membros da União Européia que analisassem a adoção de novas sanções contra o país, que já é alvo de diversas medidas votadas na ONU e unilateralmente por vários países, por conta de seu programa nuclear. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afrimou que uma negociação "discreta" está sendo feita entre o Irã e os europeus.
Mobilização
Neste sábado, cerca de 100 manisfestações a favor da iraniana aconteceram ao redor do mundo. Em Paris, cerca de 300 pessoas se reuniram neste sábado para pedir a libertação de Sakineh. A passeata foi organizada por organizações feministas e pacifistas.
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