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Igreja/Pedofilia

Vaticano desmente que Papa acobertou padres pedófilos

De acordo com uma reportagem publicada no jornal The New York Times, Bento 16, então cardeal de Munique, foi informado por escrito que um padre pedófilo assumiria uma nova paróquia.

O Papa Bento 16 ao lado  do presidente guatemalteco Álvaro Colom
O Papa Bento 16 ao lado do presidente guatemalteco Álvaro Colom Reuters
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O Vaticano desmentiu a reportagem publicada no jornal The New York Times nesta sexta-feira, que acusa o Papa Bento 16 de ter acobertado um padre pedófilo. No texto, o jornal afirma que Bento 16 foi informado por escrito que o padre alemão H., diagnosticado por um psiquiatra nos anos 80, assumiria uma nova paróquia, onde teria novamente contato com crianças. Na época, o Papa era o cardeal de Munique.
De acordo com Federico Lombardi, porta voz do Vaticano, o Papa não soube da decisão. “Essa reportagem não traz nada de novo”, disse. “Existe uma tentativa ignóbil de atingir o Papa a qualquer preço." O chanceler italiano, Franco Fratini, classificou os ataques de “escandalosos, vergonhosos e perigosos ." A igreja católica francesa e inglesa também apoiaram o Papa.
Numa outra reportagem publicada nesta quinta-feira, o The New York Times também revela que o então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, acobertou um outro padre acusado de pedofilia, ignorando as cartas do cardeal de Wiscosin, enviadas em 1996 e 1997. No texto, o sacerdote revela que o padre americano Laurence C. Murphy, abusou, entre 1950 e 1974, de 200 jovens surdos internados em uma instituição.
Apesar da gravidade dos fatos, o cardeal Weakland nunca recebeu uma resposta do Vaticano. Bento 16 teria aceito um pedido feito pelo padre Murphy, que escreveu uma carta solicitando ao Papa que considerasse seu estado de saúde precário, a idade e a prescrição dos fatos, revelados apenas 20 anos depois. Ele morreu em 1998, aos 72 anos.

Imprensa italiana critica igreja

A história era a polêmica que faltava para desestabilizar ainda mais a igreja católica. Depois de diversas denúncias na Irlanda, Austrália, Brasil e mais recentemente na Alemanha, o Vaticano é alvo constante de críticas de diversas associações de vítimas de abuso, e da imprensa mundial , inclusive italiana. Para o jornalista Giancarlo Zizola, do jornal Repubblica, "o funcionamento estrutural da igreja deixou que se instaurasse um sistema de negação e de proteção da instituição, que se tornou mais importante do que a Justiça, a transparência e os direitos dos inocentes."
 

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