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Possíveis sinais de vida alienígena são detectados em Vênus por pesquisadores

Os pesquisadores da Universidade de Cardiff e do Imperial College de Londres, ambos no Reino Unido, descobriram fosfina na atmosfera de Vênus, planeta vizinho da Terra, sugerindo que ele pode ser o lar de vida alienígena.

Uma fotografia ultravioleta do planeta Vênus tirada em 10 de fevereiro de 1974, com a luz do sol refletindo em seu perpétuo véu de nuvens
Uma fotografia ultravioleta do planeta Vênus tirada em 10 de fevereiro de 1974, com a luz do sol refletindo em seu perpétuo véu de nuvens NASA/JPL/AFP/Archivos
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A descoberta não é uma constatação direta de vida em outro planeta. Mas a quantidade absoluta de fosfina em Vênus não pode ser explicada por nenhum processo conhecido, levando os pesquisadores a sugerir que é um sinal de vida alienígena em nosso sistema solar.

Na Terra, a fosfina é um dos gases mais tóxicos que existem, com odor de peixe podre e encontrado em locais como limo de lago e esterco de pinguim, segundo o The Independent, que reportou a descoberta nesta segunda-feira (14). Embora seja produzido por meio de alguns processos industriais, também é criado por organismos anaeróbios, como bactérias e micróbios.

"Bioassinatura alien"

Como tal,  a fosfina é considerada uma excelente “bioassinatura”, ou indicação de vida. Especialistas sugeriram no passado que a descoberta de fosfina em grandes quantidades em outros planetas rochosos seria um certo indicador de vida alienígena - e agora ela foi encontrada em Vênus.

Uma equipe internacional de pesquisadores liderada por Jane Greaves da Cardiff University relatou as descobertas em um artigo, "Gás fosfina nas nuvens de Vênus", publicado na Nature Astronomy desta segunda-feira.

Eles alertam que não há como saber com certeza o que significam as descobertas, concluindo naquele artigo que a detecção "não é uma evidência robusta para a vida, mas apenas para química anômala e inexplicada", e que mais trabalhos serão necessários para saber ao certo. No entanto, eles descartaram todas as outras explicações sobre a presença da fosfina, com base no que sabemos sobre Vênus.

"Ou a fosfina é produzida por algum tipo de processo químico ou geológico que ninguém conhece - ou pode haver uma razão biológica [de organismos vivos] para isso", disse Emily Drabek-Maunder, astrofísica do Observatório Real de Greenwich, autora do artigo.

David Clements, cientista do Imperial College de Londres, que também assina o texto, descreveu as descobertas em termos de uma charada. "É um passo no caminho para potencialmente a descoberta de algum tipo de vida na atmosfera superior de Vênus. Mas ainda temos muitos, muitos passos a seguir antes de podermos dizer que há vida em Vênus."

Os especialistas não envolvidos na pesquisa descreveram as descobertas como um "resultado genuinamente excitante", observando que as descobertas, no mínimo, mostram processos muito incomuns ocorrendo em Vênus. O planeta - ácido e quente o suficiente para derreter o chumbo - não é um dos principais lugares do sistema solar em que os pesquisadores esperam encontrar vida alienígena.

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