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Venezuela reverte expulsão de embaixadora europeia mas quer "gestos" em troca

A Venezuela decidiu nesta quinta-feira (2) suspender a expulsão da embaixadora da União Europeia (UE) em Caracas, medida após a qual o governo de Nicolás Maduro declarou esperar "gestos" dos europeus, que haviam alertado para um "isolamento internacional" do país. Voltar atrás foi "um gesto para não prejudicar o diálogo com o bloco europeu e esperamos, portanto, que também haja sinais mais objetivos da Europa sobre os acontecimentos em nosso país", declarou o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, em uma entrevista à televisão internacional Telesur.

O presidente venezuelano Nicolas Maduro suspendeu a expulsão de Isabel Brilhante Pedrosa, chefe da delegação da União Europeia em Caracas.
O presidente venezuelano Nicolas Maduro suspendeu a expulsão de Isabel Brilhante Pedrosa, chefe da delegação da União Europeia em Caracas. REUTERS/Manaure Quintero
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A suspensão da expulsão da embaixadora do bloco europeu em Caracas, Isabel Brilhante Pedrosa, ocorreu horas antes de expirar o ultimato de 72 horas que Maduro deu a Pedrosa, na última segunda-feira (29), e após uma conversa entre o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, e o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

"O governo venezuelano decidiu tornar sem efeito a decisão", anunciaram em comunicado oficial conjunto Arreaza e Borrell, que defenderam "manter o marco das relações diplomáticas", especialmente quando a cooperação puder facilitar "os caminhos do dialogo político".

Na segunda-feira, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, deu à diplomata portuguesa 72 horas para deixar o país, em resposta às sanções europeias contra 11 autoridades venezuelanas por ações contra a oposição, liderada por Juan Guaidó.

Embora a União Europeia (UE), como bloco, não reconheça Guaidó como presidente interino da Venezuela, as novas sanções foram vistas como um sinal de apoio ao opositor.

A maioria opositora no Parlamento da Venezuela condenou a "expulsão inaceitável [da diplomata europeia]", com a qual, segundo Guaidó, Maduro e seus funcionários tentam "parecer fortes em um momento de fragilidade institucional".

"Gestos"

A Venezuela se tornou, em 2017, o primeiro país latino-americano sancionado pela UE, que também lhe impôs um embargo de armas. Paralelamente, o bloco busca aliviar a crise humanitária no país e a crise de refugiados nos países vizinhos.

Os europeus não querem romper os canais de diálogo com Maduro - que conta com o apoio da Rússia e China na busca por uma saída para a crise -, motivo pelo qual alertaram Caracas que a expulsão da embaixadora poderia levar a um "isolamento internacional". O chefe da diplomacia europeia havia ameaçado, inclusive, com "medidas de reciprocidade".

"Voltar atrás foi um gesto para não entorpecer o diálogo com a UE e esperamos que também haja gestos da Europa neste sentido", finalizou o chanceler venezuelano em entrevista ao canal Telesur.

(Com informações da AFP)

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