Reino Unido terá que "assumir as consequências" do Brexit, diz Merkel
Enquanto a Alemanha se prepara para assumir a presidência rotativa da União Europeia em 1º de julho, para um mandato de seis meses, a chanceler alemã Angela Merkel disse neste sábado (27) que Londres terá que " assumir as consequências" de uma relação econômica "mais fraca" com o bloco depois do Brexit. As negociações para um acordo sobre relações bilaterais futuras ainda estão em andamento.
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A chanceler alemã endureceu o tom sobre o Brexit. O governo britânico, liderado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, diz que deseja definir a postura a ser adotada após a retirada do país da União Europeia (UE). Mas "ele, é claro, terá que arcar com as consequências, ou seja, lidar com uma economia menos estreitamente conectada [ao bloco]", advertiu a chanceler alemã em uma coletiva a jornais da Europa, incluindo o francês Le Monde.
Tendo saído oficialmente da UE em 31 de janeiro, o Reino Unido negocia agora com Bruxelas para tentar estabelecer uma relação comercial vantajosa com o bloco europeu, no final do período de transição, que termina em dezembro de 2020. A Alemanha assumirá a presidência rotativa do Conselho Europeu em 1º de julho, por seis meses.
"Temos que nos livrar da ideia de que somos nós que definimos o que o Reino Unido deve querer", afirma a chanceler. Angela Merkel sempre trabalhou no passado para evitar um Brexit difícil.
"O Reino Unido define o que quer e nós, como os 27 países membros da UE, daremos a resposta apropriada", diz ela agora. "Se o Reino Unido não quiser regulamentos comparáveis aos da Europa em termos de meio ambiente, mercado de trabalho ou padrões sociais, nossas relações perderão em intensidade", alertou.
Negociações difíceis sobre o fundo de estímulo pós-Covid-19
O bloco europeu enfrenta negociações difíceis, em particular, no que diz respeito ao fundo de recuperação de € 750 bilhões, destinado a dar uma resposta aos países europeus mais afetados pelos efeitos da pandemia de coronavírus.
Este fundo "não pode resolver todos os problemas da Europa". Mas, segundo Merkel, é necessário "agir rapidamente diante da pandemia", dado o estado da economia europeia, com taxas de desemprego que podem se tornar muito altas em alguns países.
Isso poderia "ter um impacto político explosivo" e, portanto, piorar as "ameaças à democracia", alertou a chanceler. "Para a Europa sobreviver, sua economia também deve sobreviver", martelou durante a coletiva.
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