Coronavírus: Índia supera meio milhão de casos enquanto aguarda pico da epidemia
Mais de 500.000 pessoas já foram afetadas pelo Covid-19 na Índia, anunciou o governo indiano neste sábado (27), mas o pico da epidemia ainda está longe de ser atingido. O país, que enfrenta desigualdades geográficas significativas por trás dessa escalada de casos, registrou um total de 15.685 mortes e alguns estados estão pensando em voltar ao isolamento. Hotéis de luxo em Nova Délhi se tornaram hospitais de Covid-19, com equipes que recebem treinamento de emergência para acolher os doentes.
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Côme Bastin, correspondente da RFI em Bangalore
Com 18.500 novos casos anunciados pelo Ministério da Saúde neste sábado, 27 de junho, a Índia acaba de passar as 500.000 pessoas infectadas com o Covid-19. Devido à falta de testes, esses números são certamente mais altos, mas essa escalada simbólica marcou a população.
Embora ainda seja relativamente pequeno comparado ao tamanho de sua população, esse número pode dobrar até o final de julho. O pico da epidemia está realmente longe de ser atingido, quando pode dar um rebote exponencial.
Bombaim e Nova Délhi respondem por um terço dos casos
A situação difere drasticamente, dependendo da região. Bombaim e Nova Délhi contabilizam 150.000 casos, ou quase um terço das infecções. A capital indiana acaba de abrir um centro de mais de 100.000 metros quadrados, acomodando 10.000 leitos.
No sul, a cidade de Madras optou por uma nova contenção desde segunda-feira, 22 de junho. Mais poupada, a cidade de Bangalore poderia, no entanto, tomar a mesma decisão, dependendo do desenvolvimento da situação.
A Índia tem um total de 18.500 mortos, novamente com grandes disparidades geográficas. No estado de Kerala, apenas 22 pessoas morreram. Outro número vem para temperar esse quadro sombrio: a taxa de mortalidade na Índia é de cerca de 3% contra 6% em média no mundo.
Em Nova Délhi, hotéis de luxo são transformados hospitais de Covid-19
No Suryaa, um hotel de luxo em Nova Délhi, a equipe se prepara, atordoada, para trocar seus elegantes ternos e sáris por equipamentos de proteção adaptados à nova clientela: os pacientes com coronavírus.
A epidemia de covid-19 continua em fúria na Índia. A capital, Nova Délhi, com mais de 73.000 pacientes e 2.400 mortes, é a cidade mais atingida pela pandemia do país, à frente de Bombaim.
Dado o aumento no número de pessoas infectadas, a cidade de 20 milhões de habitantes ordenou a requisição de hotéis, boates e vagões para transformá-los em centros de isolamento para os doentes, uma medida sem precedentes.
Os funcionários desses lugares observam, espantados, a mudança.
"Tivemos um treinamento do hospital sobre como usar equipamentos de proteção individual e como removê-lo. É algo que eu nunca pensei que faria em toda a minha carreira em hotelaria", explica Ritu Yadav, gerente do hotel Suryaa, onde os primeiros pacientes chegarão. em breve.
Alimentos servidos em pratos descartáveis
"Para médicos e enfermeiros, isso faz parte da vida deles. Para nós, é uma experiência totalmente nova e muito difícil", diz ela. Mais acostumados a trocar os lençóis e a servir café da manhã nos quartos do que a lidar com os doentes de uma epidemia, os funcionários da Suryaa tiveram que improvisar para se adaptar à nova situação.
No total, 200 leitos foram preparados para sintomas assintomáticos ou pacientes com sintomas moderados do novo coronavírus. O hotel não pode cobrar mais de US$ 66 por dia, incluindo refeições.
Os alimentos serão servidos em pratos descartáveis de papelão. Linhas vermelhas foram traçadas para marcar as distâncias a serem respeitadas e o contato entre a equipe e os pacientes será mínimo.
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