Ciclone Amphon chega à Índia e ao Bangladesh com ventos de até 185 km/h
O ciclone Amphon, o mais poderoso a se formar nas últimas duas décadas no golfo de Bengala, atinge nesta quarta-feira (20) a Índia e o Bangladesh, que já evacuaram quase dois milhões de pessoas temendo grandes estragos.
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O ciclone deve atingir a fronteira dos dois países por volta das 18h no horário local, no sul de Calcutá. Os ventos podem atingir 185 km/h. Os meteorologistas temem uma tempestade que pode gerar ondas de cinco metros de altura. O Bangladesh pediu a cerca de 1,5 milhão de pessoas que moram nas áreas costeiras que deixassem a área. Na Índia, mais de 300 mil pessoas foram evacuadas no estado de Bengala, no leste do país, e 20 mil outras na região vizinha de Odisha.
O Amphon apareceu neste fim de semana no mar, atingindo o nível 4, a penúltima da escala de Saffir-Simpson, com ventos entre 200 e 240 km/h. Ele é o ciclone mais forte a atingir a região desde 1999. Apesar de ter perdido força nas últimas horas à medida que se aproxima do litoral, as autoridades temem os estragos. De acordo com Mrutyunjay Mohapatra, diretor-geral do departamento meteorológico da Índia, "a velocidade do vento pode provocar uma grande destruição, arrancando árvores e atingindo infraestruturas".
Os dois países estão sob medidas de confinamento em graus variados para impedir a propagação do coronavírus, em um contexto de contaminação persistente. Um representante do ministério de Desastres, Enamur Rahman, assegurou que o número de abrigos dobrou para respeitar as medidas de distanciamento social e que todos possam usar máscaras.
No entanto, o Catholic Relief Services (CRS) indicou que os moradores das zonas costeiras enfrentam o "dilema impossível" de lidar com o ciclone permanecendo no local ou correndo o risco de serem contaminados em um abrigo. Nesta terça-feira (18), o ciclone Amphon ainda estava a centenas de quilômetros da Baía de Bengala, com ventos de 235 km/h e rajadas de até 255 km/h.
Preparação
Os países da região aprenderam as lições dos ciclones devastadores das décadas precedentes: foram construídos diversos abrigos para a população nos últimos anos e os governos desenvolveram políticas de evacuação rápida. Bangladesh abriu mais de 13 mil abrigos anticiclones, três vezes a mais do que o número habitual.
O contexto é desfavorável, levando em conta a pandemia e o risco provocado pelo coronavírus. As máscaras são obrigatórias nos abrigos.
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