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Conferência organizada pela UE arrecada € 7,4 bilhões para financiar vacina contra o coronavírus

Uma conferência de doadores on line organizada pela Comissão Europeia nesta segunda-feira (4) resultou na obtenção de € 7,4 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões) para financiar a pesquisa e o desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus, que contaminou mais de 3,5 milhões de pessoas no mundo e matou até agora cerca de 250.000 pessoas - 143.000 na Europa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante a campanha de arredacação para obter uma vacina contra o coronavírus
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante a campanha de arredacação para obter uma vacina contra o coronavírus © EU Commission
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"Nós obtivemos € 7,4 bilhões de contribuições", disse a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, lembrando que a cantora Madonna doou € 1 milhão. O objetivo do Telethon era obter € 7,5 bilhões. A campanha pela internet começou por volta das 15h, com uma doação de € 1 milhão (cerca de R$ 6 milhões) da União Europeia, que organizou a iniciativa. A França e a Alemanha doaram, respectivamente, € 500 milhões e € 525 milhões  (cerca de R$ 3 bilhões). "Uma vacina é nossa melhor oportunidade coletiva para vencer o vírus", declarou von der Leyen.

Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), a campanha é um "poderoso exemplo" da solidariedade mundial. Governos, personalidades e celebridades foram chamados para participar da arrecadação. Quarenta países e vinte organizações se uniram à campanha.   "Faltará cinco vezes mais que essa quantidade de dinheiro proposta pela arrecadação para o desenvolvimento e distribuição da vacina no mundo", explicou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

A iniciativa, entrentanto, não teve o apoio dos Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, está em conflito aberto com a Organização Mundial da Saúde e disse que os EUA esperam que uma vacina americana esteja disponível até o final do ano. "Pensar apenas em si mesmo é um grande erro", criticou o presidente francês, Emmanuel Macron. "Devemos cooperar, e não competir uns com os outros", acrescentou o rei Abdala, da Jordânia.

"Temos que desenvolver uma vacina, produzi-la e distribui-la para todas as regiões do mundo, a preços acessíveis", disse von der Leyen. Macron, por sua vez, defendeu que a vacina seja um "bem público mundial."

"A União Europeia se mostrou favorável a uma ação global. Os Estados Unidos oficialmente declinaram, mas trabalhamos de maneira muito estreita com entidades americanas poderosas, como a fundação Melinda Gates, uma enorme potência financeira com muita influência", declarou um responsável europeu.

Rivalidade entre EUA, China e Europa

A primeira consequência da postura americana é acentuar a rivalidade na corrida pela vacina. Existem mais de cem pesquisas no mundo. Testes clínicos estão sendo realizados nos Estados Unidos, na China e na Europa.

Essa corrida pode superar a questão da segurança: algumas empresas americanas e chinesas poderiam começar a produzir a vacina antes do fim dos testes clínicos, acreditam especialistas, para comercializá-la o quanto antes. Se conseguir produzir uma vacina, a Europa também poderia priorizar seu território e planejar a distribuição para outros países.

 

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