Bairros ultraortodoxos de Israel se tornam focos de contaminação da Covid-19
Em Israel, os bairros judeus ultraortodoxos estão causando preocupação ao registrar taxas recordes de contaminação pelo novo coronavírus. Após o isolamento completo de Bnei Brak, no subúrbio de Tel Aviv, o governo israelense planeja aplicar essa medida em outras municipalidades. A população de Israel não esconde sua raiva contra as decisões do ministro da Saúde do país, um ultraortodoxo que não estaria respeitando as medidas de confinamento.
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Michel Paul, correspondente da RFI em Israel
O objetivo do ministério da Saúde do governo de Israel é o confinamento de bairros ultraortodoxos nas cidades israelenses. As estatísticas mostram que eles se tornaram centros de contágio do novo coronavírus.
É o caso de Bnei Brak, subúrbio ultraortodoxo de Tel Aviv, onde vivem quase 200.000 pessoas, muitas bem abaixo da linha da pobreza. A cidade, que é a mais densamente povoada do país, está sitiada. Sessenta barreiras criadas pela polícia e pelo exército bloqueiam as idas e vindas da população. Segundo fontes médicas, 38% dos habitantes do local foram afetados pelo vírus.
Contaminado, o ministro da Saúde não estaria respeitando as regras de isolamento
Em seguida, na lista, o gigantesco bairro de Mea Shearim, em Jerusalém, onde policiais e equipes de resgate são recebidos diariamente com insultos. Elad, Beitar Ilit e Beit Shemesh também estão na mira do governo. "Não nos tranquemos em guetos", afirmam os líderes desses enclaves.
As autoridades querem agir rapidamente. E cada vez mais vozes surgem a favor da demissão de Yaakov Litzman, o ministro da Saúde, ele mesmo ultraortodoxo, e testado positivo para a Covid-19. Alegadamente, ele não cumpriu as ordens de isolamento proclamadas por seu próprio ministério.
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