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Europeus querem criar aplicativo que rastreia contaminados pela Covid-19 e isola contatos

Um grupo de cientistas e especialistas europeus em tecnologia anunciou nesta quarta-feira (1°) o lançamento de um programa para desenvolver um aplicativo de rastreamento de pessoas contaminadas pelo coronavírus. O objetivo é avisar aqueles que tiveram contato com casos positivos, para controlar a propagação da Covid-19. A medida poderia ser adotada depois da flexibilização do confinamento, adotado em diversos países, que deve durar pelo menos 45 dias. Iniciativas parecidas são testadas em outros lugares do mundo.

Uma das pistas para lutar contra a covid-19 é seguir os contaminados através do celula.
Uma das pistas para lutar contra a covid-19 é seguir os contaminados através do celula. AFP - CATHERINE LAI
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A equipe é formada por 130 pesquisadores de oito países, entre eles a França, que deve lançar até 7 de abril a plataforma PEPP-PT (Pan-European Privacy Preserving Proximity Tracing), que vai permitir a criação de aplicativos com a tecnologia "contact tracking".

O método consiste em traçar o histórico de um paciente contaminado e identificar todas as pessoas com quem ele teve contato, inclusive em outros países. "Nosso objetivo é dar uma forma aos componentes digitais de base na luta mundial contra a Covid-19", declarou Hans-Christian Boos, consultor do governo alemão e fundador de Arago, uma empresa de automatização.

A possibilidade de acompanhar de maneira mais eficaz as pessoas com resultado positivo para o coronavírus é uma das pistas analisadas pelos governos europeus para aliviar as medidas de confinamento, que afetam a economia mundial. A epidemia já contaminou mais de 900 mil pessoas no mundo e matou cerca de 42 mil.

Autoridades avisam internautas que tiveram contato com Covid-19 positivo

Segundo o consultor, a plataforma integra uma ferramenta de traçabilidade que respeita a confidencialidade e o Regulamento Europeu sobre a Proteção de Dados (RGPD), que também pode ser aplicado em outros países. A ideia é utilizar a tecnologia Bluetooth para celulares de maneira anônima e na base do voluntariado, o que evitaria o uso de dados pessoais de localização sem a autorização dos usuários. O aplicativo vai estocar durante duas semans, através de dados criptografados, as conexões entre celulares de maneira temporária, e não no servidor central.

Apenas as autoridades locais poderão baixar os dados que permitem informar as pessoas que estiveram em contato com alguém contaminado e correm o risco de contrair a doença, determinando ou não o isolamento. Tecnicamente, esse rastreamento é parecido com o utilizado pelo aplicativo Trace Together, lançado em Singapura, que consiste em usar o bluetooth para prevenir alguém se esteve em contato com um paciente positivo.

Segundo Thomas Wiegand, diretor do Instituto Fraunhofer Herinrich Hertz, de Berlim, o dipositivo vai permitir o acompanhamento de um paciente portador da Covid-19, sintomático  ou não, fora de seu território .

Outras iniciativas vêm sendo testadas por start-ups na Europa, dirigidas pela companhia de gestão de dados Via e a empresa Wefox Group,que pretendem lançar na próxima  semana seu próprio aplicativo, chamado Healthy Together.

O Reino Unido também deve iniciar a fabricação de seu dispositivo em breve. No mês passado, o governo russo também decidiu desenvolver um sistema parecido.

Na França, o primeiro-ministro Edouard Philippe anunciou nesta quarta-feira que o rastreamento de celulares é uma possibilidade que não foi descartada pelo governo na luta contra a epidemia, depois do confinamento. A  prática é proibida no país por razões ligadas à proteção das liberdades individuais.

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