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Brasil/Cannes 2016

Disputando Palma de Ouro, Kleber Mendonça Filho acha governo “fora da realidade”

Os profissionais brasileiros do cinema, presentes no 69° Festival de Cannes, vêm debatendo a crise política nacional e o impacto dos primeiros anúncios do governo de Michel Temer no setor, entre eles, a fusão dos ministérios da Cultura e da Educação. Para eles, a medida é somente o ponto de partida para outros questionamentos mais profundos.

Kleber Mendonça Filho no estúdio da Rádio França Internacional em Cannes.
Kleber Mendonça Filho no estúdio da Rádio França Internacional em Cannes. LC
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Entre os produtores e cineastas que estão em Cannes e se expressaram sobre o fim do Ministério da Cultura, está o diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, que concorre à Palma de Ouro com o longa Aquarius, estrelado por Sonia Braga.

Sem esconder sua preocupação, e lembrando que o fim do MinC é somente um ponto dentro de um contexto mais largo, ele comentou o fato: "Acredito muito em gestos. Acho que o gesto de se terminar, extinguir o Ministério da Cultura é muito significativo pra mim. Você, como político, tomar uma decisão de que o MinC agora vai fazer parte de uma outra coisa que também é importante, juntar as duas no mesmo saco, digamos assim, acho extremamente infeliz porque mostra um desinteresse pela ideia de cultura no Brasil", diz o cineasta pernambucano.

Kleber Mendonça Filho também acha que houve um erro de calendário e relaciona a decisão da fusão dos ministérios com este momento que acontece no cinema nacional: "Acho que eles escolheram o mês errado pra fazer isso porque esse é um mês em que um filme brasileiro, feito com recursos públicos, está representando o Brasil na competição oficial do Festival de Cannes. Então, isso mostra o quanto eles estão completamente fora da realidade em relação a pensar o Brasil e as coisas que são importantes para o Brasil. E cultura é importante para qualquer cultura", reflete.

Aquarius

A projeção de Aquarius, segundo longa do diretor, acontece na terça-feira (17), no Grand Théatre Lumière, e marca a estreia mundial do filme. Kleber vai subir o tapete vermelho com toda a equipe: a atriz principal Sonia Braga, a produtora Emile Lesclaux, além dos atores Maeve Jinkings, Humberto Carrão, Barbara Colen, Pedro Queiroz, Allan Souza Lima, Lula Terra e Fabio Leal.

Sobre o enredo, Clara (Sônia Braga) é uma escritora e crítica de música de 65 anos, viúva e aposentada. Ela vive em um apartamento aconchegante na avenida Boa Viagem, no Recife, rodeada de livros e discos. Mas essa aparente normalidade oculta um segredo: Clara tem o poder de viajar no tempo.

 

 

 

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