Onze países ainda não ofereceram nada na COP21
A presidência da COP21 fez um primeiro balanço sobre o andamento das negociações sobre um novo acordo climático. O chanceler francês, Laurent Fabius, anunciou que, até o momento, 185 países fizeram as suas propostas voluntárias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Mas 11 governos ainda não ofereceram nada nas negociações da Conferência do Clima de Paris.
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Entre os países que se omitiram até agora, estão Venezuela, Nicarágua, Panamá, Líbia, Síria, Coreia do Norte, Nepal, Uzbequistão, Timor Oriental, Tonga e São Cristóvão e Nevis. Todos são signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas.
Apesar desses ausentes, o ministro Laurent Fabius, presidente da COP21, está muito satisfeito com o resultado até o momento, que é inédito. As promessas já feitas englobam 96% das emissões de CO2 feitas do mundo.
Quando o Protocolo de Kyoto foi assinado, em 1998, apenas 15% dos países emissores assinaram algum tipo de compromisso. A secretária-executiva da Convenção da ONU para as Mudanças Climáticas, Christiana Figueres, ressaltou que esse é “um engajamento histórico” em favor da proteção do meio ambiente.
Fabius, no entanto, demonstrou preocupação quanto ao ritmo das negociações. Ele declarou que é preciso acelerar os trabalhos, porque “ainda falta muito trabalho” pela frente. O chanceler francês pediu que o projeto de acordo seja entregue pelos negociadores até o meio-dia de sábado (5).
“Nenhum país” está bloqueando as negociações
Christiana Figueres negou que a Índia esteja bloqueando as negociações, em especial na questão da obrigatoriedade da aplicação do texto pelos países. A secretária-executiva afirmou que, por enquanto, “nenhum país está atrapalhando” o diálogo.
O governo indiano não está disposto a diminuir o uso de energias fósseis, as que mais poluem. Pelo contrário, Nova Délhi afirma que ainda vai dobrar ou até triplicar a produção de carvão até 2020.
Ricos emitem 175 vezes mais CO2 do que pobres
As organizações internacionais fazem pressão por um acordo climático ambicioso em Paris. A Oxfam, que luta contra a miséria, divulgou um estudo que relaciona as desigualdades sociais ao aquecimento global.
Segundo a ONG, as 10% de pessoas mais ricas do mundo emitem a metade dos gases de efeito estufa gerados no planeta. O relatório indica que uma pessoa que está na camada mais rica emite 175 vezes mais CO2 do que uma que se encontra entre as mais pobres. Esse é um sinal de que as populações mais vulneráveis às mudanças climáticas são as menos responsáveis pelo aumento da temperatura do planeta.
O principal objetivo da conferência do clima de Paris é limitar essa elevação da temperatura em no máximo 2C até o final do século. Para isso, todos os 196 países que participam da COP21 precisariam se comprometer com metas de redução de emissões, proporcionais ao grau de desenvolvimento de cada um.
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