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ONU/Clima

Começa maratona de negociações para acordo sobre o clima

As delegações dos 195 países presentes na Conferência do Clima de Paris deram a largada prá valer nesta terça-feira (1) na maratona de negociações visando um acordo para limitar o aumento da temperatura do planeta. Até o momento, as propostas sobre a mesa não permitem atingir o nível recomendado pelos especialistas.

participantes da Conferência da ONU sobre o Clima, em Le Bourget.
participantes da Conferência da ONU sobre o Clima, em Le Bourget. REUTERS/Christian Hartmann
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À margem da COP 21, o presidente François Hollande se reuniu com 12 chefes de Estado africanos em uma mini-cúpula para discutir os desafios do continente em relação ao clima. Ao final do encontro, que teve como tema "Desafio climático e soluções africanas", o governo francês prometeu repassar até 2020, cerca de € 2 bilhões para ajudar os países do continente a investir no desenvolvimento de energias renováveis.

Hollande, que também fez uma visita ao Centro de Convenções Le Bourget, onde acontece a COP 21, acredita que o evento começou com o pé-direito. No entanto, ele vê duas dificuldades: "Ou nós sobrecarregamos o barco e ele afunda, ou o aliviamos e ele não vai a lugar algum".

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que agir em relação ao clima "é um imperativo" para a economia e a segurança.

Na segunda-feira, líderes de todo o mundo deram um impulso político às discussões e prometeram se esforçar para concluir um acordo que tem, entre seus principais objetivos, limitar o aumento do aquecimento global em 2° Celsius em relação à era pré-industrial.

O chanceler francês, Laurent Fabius, presidente da COP 21, voltou a pedir empenho para os negociadores. "Convoco vocês para trabalhar duro", disse Fabius, lembrando que as delegações foram orientadas pelos 150 chefes de Estado e de governo presentes na abertura do evento "a avançar de maneira substancial e a respeitar o mandato que foi dado a eles".

Negociações difíceis

Apesar do impulso político, a tarefa para se chegar a um acordo global é considerada dificílima. "O projeto de acordo será longo e cheio de opções. Em que velocidade as negociações vão avançar?", questiona um delegado europeu.

A Fundação Nicolas Hulot, ONG do enviado especial do presidente Hollande para viajar pelo planeta e avaliar as contribuições dos países, identificou "mais de 200 opções e mais de 1.200 frases e expressões que serão submetidas a discussões.

REUTERS/Jacky Naegelen

O texto a ser elaborado, de cerca de 50 páginas, é dividido em vários capítulos: objetivos de longo prazo de redução dos gases do efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas, financiamentos das políticas climáticas dos países do Sul, mecanismo para revisar regularmente para cima os compromissos dos países, entre outros temas.

Os negociadores deverão elaborar uma versão do texto no sábado (5) aos ministros, que na segunda semana deverão tomar decisões e avaliar as propostas.

Até o momento, os compromissos anunciados por 183 países dos 195 representados, levariam a um aumento da temperatura de mais de 3°C, ou seja, longe da meta anunciada.

O acordo a ser celebrado no dia 11 de dezembro tem a ambição de provocar uma mudança histórica na exploração dos recursos do planeta e investir em energias mais limpas em substituição às fontes de energia fósseis.

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