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Linha Direta

Às vésperas da COP 21, Dinamarca reduz investimentos no meio ambiente

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Modelo na área ambiental, um dos líderes mundiais no uso de energias alternativa, uma das economias mais "verdes" do mundo. Todos esses predicados da Dinamarca podem sofrer um grande baque a partir do ano que vem.

Dinamarca ainda é um dos líderes mundiais no setor de energia eólica. Até quando?
Dinamarca ainda é um dos líderes mundiais no setor de energia eólica. Até quando? wikimedia
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O governo do premiê conservador Lars Løkke Rasmussen anunciou um corte equivalente a R$ 1 bilhão no orçamento do meio ambiente para 2016. Entre as áreas mais afetadas estão os investimentos em fontes alternativas de energia, o apoio aos projetos de cooperação internacional no combate aos efeitos das mudanças climáticas e até os incentivos fiscais aos carros elétricos.

A justificativa governamental foi que a Dinamarca não pode colocar em risco seu crescimento econômico em nome de uma política ambiental. Ambientalistas e socialistas protestam que o argumento simplesmente não se sustenta, como explica a correspondente da Radio França Internacional em Copenhague, Margareth Marmori: "Para a oposição, o governo está dando um tiro no pé porque investimentos ambientais costumam resultar em aumento de empregos. Um exemplo é a indústria de energia eólica. A Dinamarca é dos líderes mundiais na produção de equipamentos para energia eólica, que emprega 10 mil pessoas no país".

Marcha à ré

Os dinamarqueses estão particularmente preocupados com a diminuição dos impostos para a compra de carros luxuosos (de 180% para 150%) e de combustíveis altamente poluentes, como gasolina e diesel. Esta medida, que visa incentivar a venda de carros particulares, vem acompanhada de uma progressão gradual do preço dos carros elétricos.

"O governo resolveu diminuir a partir do ano que vem, a isenção fiscal para os carros elétricos", explica Marmori, acrescentando que "esta isenção vai diminuir gradualmente e, em 2020, donos dos carros elétricos terão de pagar os mesmos impostos que os dos carros convencionais".

Além da oposição, o pacote de cortes foi criticado pela própria indústria, ainda que beneficie algumas fábricas e montadoras. "Executivos de algumas das maiores empresas dinamarqueses lamentam que as metas do governo nas áreas ambientais e climáticas não sejam mais tão ambiciosas como costumavam ser", afirma a correspondente.

Às portas da COP21, a Dinamarca se vê "sem metas e com contribuições econômicas capengas para resolver os problemas climáticos", como afirmou o ex-ministro do Meio Ambiente, Martin Lidegaard, citado por Margareth Marmori.

Clique no link acima para ouvir a íntegra do programa Linha Direta com a correspondente Margareth Marmori.

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