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Linha Direta

Após quatro dias de ameaça terrorista, Bruxelas tenta retomar a rotina

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Depois de quatro dias praticamente parada, a vida em Bruxelas, na Bélgica, vai retomando seu ritmo. Nesta quarta-feira (25), creches, escolas e universidades voltaram a abrir suas portas, sob um forte esquema de segurança. Há cerca de 1.700 policiais nas ruas, com o reforço de 300 agentes extras mobilizados pelo governo federal para ajudar a proteger os estabelecimentos escolares.

Crianças voltaram às aulas nesta quarta-feira.
Crianças voltaram às aulas nesta quarta-feira. REUTERS/Yves Herman
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Letícia Fonseca, correspondente da RFI Brasil em Bruxelas.

A ministra da Educação belga, Joëlle Milquet, assegurou que “foram tomadas todas as medidas necessárias para uma volta às aulas com serenidade”. Porém, muitos pais inquietos preferiram deixar os filhos na escola de carro, evitando assim que eles usassem o transporte público. O aumento de carros nas vias de entrada para Bruxelas está provocando engarrafamento.

Para o Órgão de Coordenação e Análise de Ameaça belga (OCAM), instituição que define o nível de alerta de terror, as escolas na Bélgica não são alvos potenciais de ataques terroristas. Ao contrário do transporte público, que é bastante visado pelos jihadistas.

A agência que controla os transportes em Bruxelas (Stib) reabriu 36 das 69 estações de metrô da cidade, que estão sendo monitoradas por 200 soldados. Na sexta-feira, as autoridades belgas irão reavaliar a situação e decidir se reabrem ou não a rede inteira do metrô. O custo estimado dessa segurança policial gira em torno de € 400 milhões para os cofres belgas.

Entre a população, existe uma certa ansiedade. Certamente não é um dia normal como os outros. Mas quem vive em Bruxelas terá que aprender a conviver com esta angústia, pelo menos por um tempo. Esta ideia de que um ataque terrorista é iminente, este caráter imprevisível de que a qualquer momento um atentado pode acontecer, de saber que a Bélgica é o país europeu que mais produz combatentes jihadistas em proporção à sua população, enfim, conviver com tudo isso é bem complicado.

Impacto econômico

Alguns moradores de Bruxelas chegaram a dizer que as medidas anunciadas pelo governo para proteger a população contribuíram para aumentar o medo das pessoas. O que é um paradoxo. Mas para a maioria dos belgas o clima é mesmo de precaução.

Esses dias foram uma catástrofe para o comércio, hotéis, restaurantes e bares. Isso representa um prejuízo de várias centenas de milhares de euros. O setor hoteleiro de Bruxelas foi um dos primeiros a ser afetado. Várias anulações de reservas estão sendo feitas desde sábado, quando o alerta de segurança máximo entrou em vigor.

Nesta época do ano, as vendas para a festa de Saint-Nicolas (6 de dezembro) são cruciais para os comerciantes. Outra fonte de renda da cidade é o tradicional mercado de Natal e ringue de patinação do Plaisir d’Hiver, no centro de Bruxelas. Mas o evento, que deveria ser inaugurado nesta sexta-feira, ainda aguarda a luz verde do governo belga.

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