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Diretor da Air France agredido por sindicalistas se recusa a ver imagens da violência

Violência sindical, mensagens de apoio, futuro da Air France. Estes foram alguns dos temas abordados pelo diretor de Recursos Humanos da empresa, Xavier Broseta, em sua primeira entrevista desde que foi visto fugindo de camisa rasgada de uma reunião com sindicatos de trabalhadores. O executivo lamentou ter representado uma imagem ruim do país para o mundo inteiro. "Eu fui a imagem da França, mas que imagem...", declarou ao jornal Le Parisien.

Xavier Broseta, diretor de Recursos Humanos da Air France.
Xavier Broseta, diretor de Recursos Humanos da Air France. REUTERS/Jacky Naegelen
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Três semanas depois de sair escoltado por seguranças, após ter sido agredido por funcionários da empresa durante uma reunião, Xavier Broseta, diretor de RH da Air France, deu uma longa entrevista que ocupa duas páginas do Le Parisien.

Ele revelou que sempre evita ver as imagens que deram a volta ao mundo. Quando abre um aplicativo de jornal e o assunto com sua imagem aparece na tela, fecha imediatamente seu tablet. "Ainda não consigo", confessa. Apesar do episódio lhe causar ainda muita dor, o executivo aceitou dar sua versão do que aconteceu na manhã do dia 5 de outubro.

Broseta lembrou que a tensão era grande desde o início da reunião sobre o novo plano de reestruturação da companhia, "mas ninguém podia prever que a situação iria fugir do controle". Ele foi informado que sindicalistas se aproximavam da sede da empresa, mas os dirigentes, segundo ele, estavam confiantes na capacidade dos seguranças em controlar os manifestantes.

Não foi a primeira vez

Broseta disse ter recebido a ordem de se retirar da sala por um colega que estava do lado de fora, pouco antes da invasão. O diretor lembra que não foi a primeira vez que isso aconteceu. Em 2012, também em uma reunião com representantes dos trabalhadores, Broseta foi orientado pelos próprios representantes sindicais a deixar a sala porque sua segurança estava em risco.

Questionado se sentiu medo de morrer, Broseta respondeu que não. O executivo manifestou preocupação com as imagens que as câmeras de vídeo iriam projetar para a opinião pública de algo interno da Air France. Com a ajuda de guarda-costas e policiais, Broseta conseguiu pular um muro de 2,5 metros, mas antes, teve uma queda que o feriu no lado direito da barriga e resultou em uma semana de licença médica.

Broseta desconversou quando questionado sobre o que poderia ter acontecido se não tivesse ultrapassado a barreira. "Não pensei nisso. Eu pulei a grade", afirmou.

Apoio

O diretor da Air France disse ter recebido mais de mil mensagens de apoio do mundo inteiro e até de sindicalistas. Além de se sentir injustiçado, ele lamenta não ter sido compreendido por muitas pessoas, até por políticos, mas não citou nomes.

Em outro trecho da entrevista ao Le Parisien, ele diz acreditar no diálogo social entre direção e empregados. Ele adiantou ao jornal algumas soluções para a crise, entre elas, as novas propostas de três tipos de contrato de trabalho que serão apresentados aos pilotos e futuramente aos comissários de bordo. Os contratos visam ajustar salários de acordo com metas de produtividade fixadas pela empresa.

Broseta disse entender a revolta dos funcionários e dos sindicatos com mais um plano de economias que prevê a supressão de empregos. No entanto, a Air France, diz ele, vai prosseguir negociando com várias categorias de trabalhadores porque delas depende o futuro da companhia aérea francesa.

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