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França/Resenha da imprensa

Destroço reabre especulação sobre avião desaparecido da Malaysia

Longe de trazer respostas, um pedaço de asa de um boeing 777 que apareceu ontem na costa da ilha francesa da Reunião, ressuscitou as perguntas em torno do misterioso desaparecimento do voo MH370, da Malaysia Airlines. O avião fazia a rota entre a capital malaia Kuala Lumpur e a chinesa, Pequim, no dia 8 de março de 2014, mas mudou de curso de repente e, pouco menos de duas horas depois da decolagem, emitiu seu último sinal, antes de sumir completamente dos radares.

Investigadores franceses conversam na praia em que foi encontrado destroço, na Ilha da Reunião
Investigadores franceses conversam na praia em que foi encontrado destroço, na Ilha da Reunião REUTERS/Zinfos974/Prisca Bigot
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A primeira mudança que a descoberta pode trazer é que, quando for confirmado que esse pedaço de asa pertenceu mesmo ao MH370, os especialistas terão a certeza de que há outros destroços a serem encontrados. E eles poderão determinar uma área muito mais precisa para as operações de busca.

Trajetória

Um geofísico entrevistado pelo Libération afirma que "é plenamente possível calcular a trajetória de um objeto a partir dos dados sobre correntes marítimas". Não que dê para determinar exatamente o local da queda, mas principalmente, excluir hipóteses.

A ecologista marinha Estelle Crochelet, ouvida pelo Aujourd'hui en France, faz um cálculo interessante a partir da velocidade média das correntes, que é de 0,1 metro por segundo: "entre o suposto ponto de queda e a Ilha da Reunião, tem 4.400 km. (Nesta velocidade), ele precisaria de 513 dias, ou um ano e cinco meses, para percorrer este trajeto. Isso corresponde quase à data precisa do desaparecimento do avião".

Mas, a data precisa não pode ser calculada dessa maneira, já que há vários outros elementos em jogo, como a velocidade dos ventos, as mudanças de maré e mesmo a interferência de animais marinhos.

Escrito nas conchas

Em entrevista a Le Figaro, o biólogo marinho Dominique Barthélémy aponta outro indício importante: as conchas encrustradas na peça. "Essa espécie encontrada parece ser uma anatífera, um crustáceo que agarra em superfícies flutuantes. Ela se desenvolve em águas quentes, o que permite afirmar que o destroço viajou pela parte mais quente do oceano Índico. São animais de desenvolvimento rápido. Ou seja, essa peça não está há vários anos na água".

Para ele, o tamanho dos crustáceos é perfeitamente coerente com o período de pouco mais de um ano que o destroço passou à deriva. Quanto à mala que também foi encontrada, os epecialistas afirmam que é pouco provável que, com uma densidade completamente diferente da outra peça, ela tenha chegado ao mesmo local no mesmo momento. Mas nenhuma pista é descartada.

Causas

Quanto as causas do acidente, esse pedaço de asa não pode indicar grandes pistas. Mas o Libération lembra as principais hipóteses: "O aparelho pode ter sofrido uma queda brusca do nível de oxigênio a bordo, provocando a morte dos passageiros e da tribulação. Ele pode ter se desintegrado em pleno voo ou pegado fogo. Um ataque terrorista também é possível mas, além da extrema complexidade da operação, nenhuma organização reivindicou o atentado".

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