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Fato em Foco

Cientistas discutem mudanças climáticas antes de COP 21 em Paris

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A Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – organiza em Paris a conferência “Nosso futuro comum com mudanças climáticas”, em preparação à COP 21, em dezembro, na capital francesa. Durante quatro dias, de 7 a 10 de julho, cientistas e especialistas internacionais discutem estratégias e resultados para lutar contra o efeito estufa

A conferência Our Common Future Under Climate Change, em Paris 09/07/15
A conferência Our Common Future Under Climate Change, em Paris 09/07/15 ©INRA/B. Nicolas
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O cientista brasileiro Carlos Nobre, presidente da Capes, participou do painel de discussões “Implementado soluções e vencendo barreiras”. Ex-diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e ex-secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, ele ressaltou a importância de se reduzir riscos futuros:

“Cada vez fica mais claro que há limites à capacidade de adaptação. Não é possível abandonar um hercúleo esforço de redução das emissões. E quanto antes essa redução acontecer, menor o risco. Não se pode deixar isso para daqui a 50 anos, ainda mais porque o sistema climático é imprevisível, não-linear. As mudanças climáticas vão continuar por muitos séculos”

"Riscos só aumentam"

Ele cita um exemplo: “se a temperatura subir de 1,5 a 3 graus em 500 anos ou um século, todo o manto de gelo da Groenlândia derrete, o que significa um aumento de sete metros de aumento do nível do mar.” Ou seja, “os riscos aumentam com o passar do tempo, eles não param”.

Para Nobre, a adaptação é mandatória, mas o peso maior das políticas deve em direção de evitar riscos futuros e, para isso, é essencial a implementação de ações globais de redução das emissões.

O cientista não espera a assinatura de um grande acordo global e agregador no COP 21, em dezembro, mas acredita “ao menos numa confluência de expectativas e atitudes”. Ele lembra que agora, ao contrário da conferência de Copenhague, em 2009, não há nenhum país – pequeno ou grande – que se oponha sistematicamente a um plano de ação ou que exija compensações. “Isso tem a ver com uma posição mais amena adotada pelos Estados Unidos”, estima o cientista.

Nobel

Carlos Nobre é integrante de um comitê da ONU de especialistas sobre sustentabilidade, composto por 26 pessoas (13 homens e 13 mulheres) de todo o mundo e de várias disciplinas, que se reúnem duas vezes por ano e elaboram relatórios para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon. Nobre também é um Nobel da Paz – ele foi um dos autores do “Quarto Relatório de Avaliação do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climátcias”, que em 2007 levou a premiação junto com o ex-vice-presidente americano Al Gore.
 

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