"Pedalar faz o futuro" é tema de encontro sobre bicicletas na França

A bicicleta é o meio de transporte "verde" por excelência. A cidade de Nantes, no oeste da França, acolhe este ano o congresso Velo-city, de 3 a 7 de junho, organizado pela Federação Europeia de Ciclistas (ECF). O tema deste ano é “pedalar faz o futuro”. O encontro, reunindo 1.500 participantes do mundo todo, tem como é uma plataforma para o intercâmbio de informações e experiências sobre o ato de pedalar, seja como forma de transporte ou recreação.

©Jean-Dominique Billaud

Considerada a cidade verde da Europa em 2013, Nantes quer fazer mais ainda, como conta o vereador Thomas Quero: “Estamos bastante engajados nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas. Portanto, para nos, incentivar o uso da bicicleta como modo de transporte e reduzir a emissão de gás carbônico é muito importante. Adotamos aqui em Nantes uma declaração em que as cidades se comprometem a promover o uso de bicicletas.”

As palestras do Velo-city trazem novidades tecnológicas, discussões sobre saúde, modo de vida e políticas locais a respeito de bicicletas e ciclovias. O Brasil veio expor sua experiência com bicicletas de compartilhamento, com a iniciativa do Itaú Unibanco em sete capitais do país.

Criado há quase três anos, o projeto tem 6.500 bicicletas disponíveis em 650 estações em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre. A inspiração veio de cidades como Paris e Amsterdã, onde o ciclismo urbano faz parte da paisagem local, conta Luciana Nicola, superintendente do Itaú-Unibanco na área de relações governamentais e institucionais, e que está em Nantes.

Resistência paulistana

A respeito da resistência ao plano da expansão de ciclovias em São Paulo, principalmente da parte de automobilistas, Luciana Nicola diz: “Acreditamos que isso faz parte de um processo de mudança cultural. A pessoa está sendo tirada da zona de conforto, mas vê ao mesmo tempo que o mais importante é o coletivo, que são as opções de transporte mais sustentáveis. Existe uma resistência natural porque até hoje o que prevaleceu foi o carro.”

O vandalismo é um grande problema enfrentado pelas famosas Velib’ de Paris. Em 2013, cerca de 8 mil bicicletas, de um total de 18 mil na época, foram danificadas ou roubadas na capital francesa. O compartilhamento de bicicletas em São Paulo, por exemplo, sofreu atos de vandalismo principalmente na chamada Cracolândia, que concentra usuários de crack no centro da capital, disse Luciana Nicola. “Não abandonamos a região, mas tomamos mais cuidado na hora de implantar as estações, buscamos locais mais iluminados, por exemplo, para inibir o vandalismo”.

®Roberto-Giangrande