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Linha Direta

Apesar de naufrágios, cresce travessia de imigrantes no Mediterrâneo

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A imigração no mar Mediterrâneo parece uma tragédia sem fim. Na segunda-feira (12) a Guarda Costeira da Itália recuperou nove corpos após o naufrágio de um barco que transportava dezenas de imigrantes na costa da Líbia. Nos últimos quatro dias, a polícia marítima italiana socorreu 5.629 imigrantes que navegavam em direção à Itália.

Guarda Costeira italiana recuperou os corpos de nove imigrantes após naufrágio na costa Líbia.
Guarda Costeira italiana recuperou os corpos de nove imigrantes após naufrágio na costa Líbia. REUTERS/Darrin Zammit Lupi MALTA OUT
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Gina Marques, correspondente da RFI, em Roma.

A Itália, devido a posição geográfica no mar Mediterrâneo, é o principal país da União Europeia na rota marítima da imigração ilegal. No entanto, as autoridades italianas não querem enfrentar sozinhas esse drama, e exigem que a imigração ilegal seja administrada pela União Europeia.

O problema é que para a União Europeia o mais importante não é salvar vidas e, sim, patrulhar as fronteiras. É preciso lembrar que desde 1° de novembro do ano passado a operação italiana Mare Nostrum foi substituída pela Triton, coordenada pela a agência de controle das fronteiras europeias Frontex.

A Mare Nostrum foi instituída depois do trágico naufrágio próximo da ilha de Lampedusa, em 18 outubro de 2013, que deixou 366 mortos. O objetivo era garantir a salvação de vidas no mar e prender traficantes de seres humanos.

O custo do Mare Nostrum para a Itália era de € 9,5 milhões por mês entre resgate de imigrantes e mobilização das Forças Armadas. A operação Triton custa para a União Europeia € 2,9 milhões por mês para a missão de vigiar as fronteiras europeias. Porém, uma redução dos recursos para a operação Triton pode significar um aumento do número de mortos.

Aumento de migrações e de mortos

Os imigrantes são socorridos, embora a operação Triton tenha um limite de ação de 30 milhas marítimas ao sul da Europa. Segundo a Organização Internacional para a Migração (OIM), desde o início deste ano cerca de 15 mil imigrantes foram salvos. Porém, aumentou o número de imigrantes mortos na tentativa de chegar às costas italianas.

Desde o começo de 2015, esta organização estima que cerca de 500 pessoas morreram no mar Mediterrâneo, um número dez vezes superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de aproximadamente 50 vítimas.

Apesar dos acidentes e dramas recorrentes, a tendência do fluxo migratório é aumentar. Em 2014, um total de 276.000 imigrantes entraram ilegalmente na União Europeia, um número três vezes superior ao registrado em 2013.

Segundo a Frontex, destes imigrantes 220 mil vieram por mar e cerca de 170 mil pessoas chegaram à Itália. O diretor da Frontex, Fabrice Leggeri, estima que em 2015, poderão partir da costa da Líbia em direção a Europa cerca de 500 mil à 1 milhão de imigrantes vindos sobretudo da África subsaariana e do Oriente Médio, principalmente da Síria e do Iraque. Esses candidatos à imigração clandestina tentam fugir da miséria e da guerra.

O ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, disse que a Europa deve organizar acampamentos de refugiados diretamente na África, onde deveriam recolher e analisar os pedidos de asilo. O ministro italiano só não explicou como instalar nestes acampamentos a tecnologia informática e o pessoal especializado em recolher pedidos de tanta gente desesperada.

 

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