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Linha Direta

Primeiro desafio de Hillary Clinton será lutar contra seu passado

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Hillary Clinton anunciou neste domingo (13) sua candidatura à sucessão de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos. As eleições serão realizadas apenas em 2016, mas a democrata já tem uma série de desafios pela frente. As falhas da política de guerra do país durante o período em que foi secretária de Estado e os escândalos extra-conjugais de seu marido, Bill Clinton, são alguns dos temas que devem agitar o início da campanha, antes mesmo da definição dos rivais.

Hillary Clinton anuncia candidatura à presidência dos Estados Unidos
Hillary Clinton anuncia candidatura à presidência dos Estados Unidos REUTERS/Brian Snyder/Joshua Lott
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Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York

Hillary Clinton será duramente cobrada pela política de guerra dos Estados Unidos durante o período que comandou a diplomacia do país por cinco anos, entre 2009 e 2013. Episódios como o ataque ao consulado em Bengazi, em 2012, que culminou com a morte de quatro diplomatas, um deles o embaixador do país na Líbia deixaram uma imagem negativa na passagem da democrata pela Departamento de Estado.

O governo, na época, foi acusada de omitir possíveis falhas do dispositivo de segurança do embaixador por receio de que o episódio prejudicasse a reeleição de Obama. Hillary já afirmou que agiria com mais rigor do que atual presidente na Síria, evitando a consolidação do Estado Islâmico no Oriente Médio.

Casos extra-conjugais de Bill Clinton serão obstáculo

A candidata também terá de responder uma vez mais sobre os casos extra-conjugais de Bill Clinton, além da propensão da família em confundir o público com o privado. O recente caso do uso de e-mail pessoal quando secretária de Estado, com trocas de mensagens jamais reveladas ao público, fato já explorado por seus possíveis adversários republicanos nesta campanha.

Hillary tem poucos concorrentes do lado democrata

Do lado democrata, alguns pré-candidatos governistas já se manifestaram, mas poucos representam rivais de peso para Hillary. Os ex-governadores Martin O’Malley e Lincoln Chafee, o senador socialista Bernie Sanders e o ex-senador Jim Webb, não têm nem dimensão nacional nem parecem destinados a transformar suas candidaturas em um movimento popular, como Obama em 2008.

A única preocupação real de Hillary é o vice-presidente Joe Biden, que ainda não decidiu se irá enfrentá-la. Mas, para se ter uma ideia da vantagem de Hillary, ele tem apenas 12% das intenções de votos entre os democratas. A ex-secretária de Estado tem 60%, 20% a mais do que tinha nesta mesma época na disputa de 2008.

Republicanos se organizam e podem ter um Bush na disputa

Do lado da oposição, já estão na disputa os senadores sulistas Ted Cruz e Rand Paul. No domingo, um outro senador, também sulista e conservador, Marco Rubio, anunciou sua entrada oficial na disputa. Os governadores Chris Christie, de Nova Jérsei, e Scott Walker, do Wisconsin, também podem se apresentar.

Mas o nome mais lembrado nas pesquisas vem da mesma Flórida de Rubio: o ex-governador Jeb Bush. Filho e irmão de presidentes, de perfil mais moderado, ele seria um adversário com experiência administrativa e grande aceitação tanto entre eleitores de origem caucasiana quanto hispânicos. Ele é casado com uma mexicana e fala espanhol fluentemente. E seria no mínimo curioso reviver uma batalha Bush X Clinton para a presidência. Em 1992, Bill Clinton venceu o então presidente George Bush pai levando Hillary para sua primeira temporada na Casa Branca.

Velha demais ?

Hillary tem 69 anos atualmente e teria 73 em caso de reeleição. A idade da candidata pode ser usada como arma pelos rivais. Em 2008, ela já concorreu com a bandeira da experiência contra a mudança drástica. A democrata se apresentou como conselheira informal de Bill Clinton e única primeira-dama americana eleita para o Senado, onde tomara decisões difíceis sobre segurança nacional. Mas acabou sendo derrotada por Obama ao ser caracterizada como uma figura do passado, próxima dos lobistas, refém dos vícios políticos de Washington que a teriam levado a votar, por exemplo, a favor da invasão do Iraque. Os aliados de Hillary, no entanto, lembram que o maior ídolo da direita americana, Ronald Reagan, também tinha 69 anos quando foi eleito presidente pela primeira vez. Analistas têm aconselhado a campanha a contrapor a idade com o ineditismo da primeira presidente mulher dos EUA.

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