Air France prepara novo plano de cortes, diz Les Echos

A preparação de um plano da companhia franco-holandesa Air France-KLM para reduzir custos e enfrentar a dura concorrência no setor aéreo é o destaque do diário econômico Les Echos desta terça-feira (10). Um novo corte de pessoal não está descartado, segundo o jornal especializado. 

Capa dos jornais franceses Le Figaro, Libération, Les Echos desta terça-feira, 10 de março de 2015.

Segundo o diário Les Echos, três meses depois de finalizar o plano Transform, que levou a empresa a reduzir custos e “retomar o caminho da rentabilidade”, a Air France e sua parceira KLM preparam novos cortes para “evitar o declínio”. As futuras medidas serão na área social, mas no âmbito de um plano estratégico chamado de Perform 2020. O processo já começou na KLM e no dia 16, terá início na França.

Nesta data o presidente da companhia, Alexandre de Juniac, vai chamar todos os representantes sindicais à mesa para começar as renegociações sobre convenções coletivas. A quinta maior companhia aérea mundial em termos de faturamento, mas na “lanterna” quando se trata de rentabilidade, tem como meta continuar seu programa de redução de custos. Documento interno da empresa calcula que os gastos da companhia são 20% a 40% mais altos do que a de seus concorrentes.

Evitar “drama social”

Propostas de demissões voluntárias não estão descartadas, segundo o jornal. Mas a intenção é que as mudanças sejam feitas sem provocar um “drama social” entre os funcionários da empresa, afirma Alexandre de Juniac em entrevista ao Les Echos.

Segundo ele, o plano anterior, Transform, permitiu inverter a tendência de endividamento da empresa e reduzir em mais de € 1 bilhão a dívida da empresa que era de € 6,5 bilhões. Juniac explicou que, após voltar a ser rentável, a Air France e a KLM precisam continuar a reduzir os custos para enfrentar os concorrentes e levar adiante o projeto de conquistas de novos mercados.

Na entrevista, o presidente revelou que a Ásia é uma região onde a empresa pretende expandir suas atividades, sobretudo através de parcerias locais. Para seguir sendo competitiva, no entanto, a Air France precisa diminuir a diferença de custos para seus adversários.

Para isso, a companhia aérea francesa irá discutir redução de gastos por setores de atividade e não por categorias profissionais, o que vai permitir avaliar corretamente o número de efetivos de empregos necessários. Juniac, no entanto, afirmou que os rumores sobre um eventual plano secreto de demissões são “infundados”.

Para envolver os trabalhadores na sua estratégia, a empresa pediu sugestões para 100 mil empregados. Segundo Alexandre de Juniac, o retorno tem sido “impressionante” e as respostas “muito interessantes”. A empresa também espera que a Europa proteja de maneira mais eficaz o setor diante da concorrência de companhias aéreas do Golfo.