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Linha Direta

Itália faz nova votação para escolher novo presidente; entenda o processo eleitoral

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O parlamento italiano não chegou a um consenso no primeiro dia de votações para escolher o novo presidente da República. A primeira rodada no parlamento terminou sem que nenhum dos nomes indicados atingisse o quórum de dois terços necessário para a eleição. Nesta sexta-feira (30), seguem as votações.

Rodada de votação no Parlamento italiano.
Rodada de votação no Parlamento italiano. REUTERS/Alessandro Bianchi
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Correspondente da RFI na Itália, Rafael Belincanta.

Os grandes partidos votaram em branco no primeiro escrutínio como “manda a tradição”, que serve como um termômetro para avaliar a força dos nomes colocados em jogo enquanto os partidos formam alianças e buscam a maioria.

O primeiro-ministro, Matteo Renzi, fez sua parte e indicou o nome de Sergio Mattarella, juiz da corte constitucional italiana, que já foi vice-primeiro-ministro no final dos anos 90, além de ter ocupado outros ministérios e ter sido eleito deputado pela província de Palermo, na Sicília, representando a social democracia cristã – a centro-esquerda que hoje governa a Itália.

A indicação de Renzi parece ter convencido os membros do seu partido, que deverão votar em peso em Mattarella, sem indicarem um candidato alternativo. Já o Movimento 5 Stelle (M5S), esquerda radical, votou em peso no juiz aposentado Ferdinando Imposimato, que atuou na luta contra a máfia e nos mais duros julgamentos dos anos de chumbo da Itália.

Imposimato foi, de fato, o mais votado na primeira sessão e, com isso, o M5S deverá ser decisivo na formação de uma aliança com o governo. A coligação Forza Itália, de Silvio Berlusconi, diz-se traída pelo premiê Renzi e ameaça votar em branco também a partir da quarta votação, comprometendo a maioria do governo.

Como funciona a votação

Na próxima sexta-feira (6), deputados, senadores e representantes das regiões italianas voltam ao parlamento para a segunda votação, que também não deverá definir o nome do futuro presidente da Itália. Nesta segunda votação, a regra é a mesma, é preciso atingir a maioria de dois terços para que o novo presidente seja eleito.

Caso não seja eleito na segunda votação, uma terceira rodada deverá ser realizada, com os mesmos critérios de maioria das duas primeiras. Somente a partir da quarta votação, que deverá acontecer na manhã de sábado (7), é que o nome do presidente será conhecido, e para isso deverá ter a maioria absoluta, ou seja, 505 votos.

Antes de tudo, as coalizões e partidos individuais escolheram os nomes em votações prévias dentro dos próprios partidos. Mas isso não é garantia de que as votações no plenário sigam essa tendência. É claro que os nomes escolhidos pelos partidos tem maior apelo e visibilidade.

Sistema complicado

Nos três primeiros escrutínios, o quórum deve ser de dois terços da Assembleia, ou seja, 673 votos do total e 1009 eleitores, entre deputados, senadores e representantes das regiões italianas.

Para quem está acostumado com o “voto direto” do presidencialismo de coalizão do Brasil, fica ainda mais complicado entender o processo eleitoral italiano. O sistema de governo na Itália é o parlamentarismo. Pela constituição, os cidadãos tem o dever de votar. Mas, para quem não vota, as sanções nem sempre vêm aplicadas.

Além da figura do primeiro-ministro, nomeadamente presidente do Conselho dos Ministros, existe também o presidente da República Italiana, que é escolhido pelo parlamento, ou seja, a câmara dos deputados e o senado. O mandato do presidente da República na Itália é de sete anos.

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