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Fato em Foco

Candidatos à presidência da Fifa querem resgatar imagem da entidade

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Acusações de corrupção, debandada de patrocinadores, esquema de impunidade, imagem desgastada... São muitos os desafios que aguardam o próximo presidente da Fifa, a Federação Internacional de Futebol. Quinta-feira (29) foi o último dia para apresentar candidatura e, além do atual dirigente, Joseph Blatter, outros quatro nomes pretendem disputar a eleição do dia 29 de maio.

O jogador Luís Figo é um dos candidatos à presidência da Fifa
O jogador Luís Figo é um dos candidatos à presidência da Fifa
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São eles os ex-jogadores Luís Figo, de Portugal, e David Ginola, da França, Michael van Praag, presidente da Federação Holandesa de Futebol, e o príncipe da Jordânia, Ali bin al-Hussein, atual vice-presidente da Fifa. Os candidatos, que necessitam do apoio de pelo menos cinco federações nacionais, apenas serão confirmados pela entidade no próximo mês, após a avaliação do comitê eleitoral. Os oponentes de Blatter têm duras críticas à atual gestão.

Perda de credibilidade

Em um vídeo gravado para o seu canal no YouTube, o ex-jogador português Figo disse que a Fifa está perdendo a credibilidade e a sua capacidade mobilizadora: “Olho para a reputação da Fifa neste momento e não gosto do que vejo. O futebol merece mais. Ao longo das últimas semanas, meses e até anos, assisti a uma acentuada degradação da imagem da organização e sinto que há tempo de inverter essa realidade. A Fifa tem que voltar a ser uma instituição respeitada e acarinhada em todo o mundo. O futebol e o jogo têm que voltar a ser o foco da Fifa".

Já para o holandês Michael Van Praag, a Fifa está virando as costas para o futuro: “Eu quero continuar com as boas coisas que a Fifa conseguiu, mas também quero fazer algumas coisas diferentes. Eu quero ficar apenas um mandato de quatro anos, porque eu quero dar espaço para a nova geração o mais rápido possível. Eu quero usar da melhor maneira o meu tempo e não quero gastar nenhum tempo com uma possível reeleição. Precisamos muito de uma modernização, e ela vai começar com a normalização. Porque a Fifa está em um impasse, está indo mal e perdeu toda a credibilidade. A Fifa está constantemente sob suspeita: de conflitos de interesse, nepotismo e corrupção”.

O francês David Ginola aposta em sua experiência como jogador para angariar votos. “Por que não um ex-jogador? Por que não alguém que estava em campo? As pessoas vão perguntar que credibilidade eu tenho para ser presidente da Fifa, mas o que as pessoas realmente querem é alguém com integridade.”

Vitória praticamente certa

O jornalista português Luís Aguilar, autor do livro “Jogada Ilegal”, que revela o esquema de corrupção na Fifa, avalia que a vitória de Blatter é praticamente certa – algo que ele considera extremamente negativo. "Ele já está lá, já tem esse poder. Tem os anos todos em que trabalhou diretamente com todas as federações. Portanto os outros candidatos têm que lutar contra isso, um poder que está instituído há muitos anos. Poder esse que o Blatter não quer abandonar e as próprias federações não estão ansiosas por uma mudança de fato porque essa mudança pode levar a um caminho desconhecido", afirmou.

O jornalista critica também a qualidade dos outros candidatos. "Na coletiva de imprensa que deu, o Ginola parecia não saber bem o que era a Fifa. Tivemos confirmada ontem a candidatura do Figo, que teve uma carreira de peso, mas que está a anos-luz de poder reunir as condições para vencer a eleição ou para ser uma ameaça ao Blatter. As outras candidatura apenas somas para o esvaziamento geral", disse.

Para ele, um dos grande problemas da Fifa é a impunidade. "Estão habituados a viver com a corrupção e com a impunidade, há muito tempo, algo que o Blatter herdou do (João) Havelange (presidente anterior). Eles seguem códigos de silêncio do crime organizado. A Fifa vive no seu mundo, com as suas próprias leis e seus segredos."

Aguilar critica, por exemplo, a divulgação editada do relatório do investigador de ética Michael Garcia sobre o suspeito processo de escolha da Rússia e do Qatar como sedes das próximas Copas do Mundo. A bola está em jogo. No dia 29 de maio, vamos saber quem assumirá a presidência e enfrentará os grandes desafios da entidade futebolística.
 

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