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Linha Direta

Missão de Maduro ao exterior não deve gerar benefícios para a economia da Venezuela

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Antes de partir para a Rússia, a primeira parada da viagem, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que a ideia é “levar uma campanha para restabelecer o mercado de energia e petróleo”. Ele viaja acompanhado dos ministros de Relações Exteriores, Defesa, Educação, Comunicação, da Economia, e Primeira Combatente, como é chamada por na Venezuela a Primeira Dama, Cília Flores.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro viaja para China para pedir apoio financeiro.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro viaja para China para pedir apoio financeiro. REUTERS/Enrique De La Osa
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Após a visita relâmpago à Rússia, a delegação venezuelana grupo chegou à China a convite do presidente Xi Jinping. Na agenda, a reunião dos países integrantes da Celac, a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos. Arábia Saudita, Irã e Argélia também estão no roteiro. A viagem foi motivada pela tentativa de dar fôlego à economia venezuelana, que está em fase crítica por causa da queda do preço do petróleo nos mercados internacionais, da alta inflação e da recessão, de acordo com números anunciados pelo Banco Central da Venezuela.

Política econômica de Maduro esbarra na queda dos preços do petróleo

Há pouco menos de um mês, Nicolás Maduro afirmou que se dedicaria exclusivamente aos problemas econômicos da Venezuela. Logo, antes de fechar o ano, disse que faria importantes anúncios econômicos, e saiu de viagem deixando no ar uma grande interrogação.

Grupos críticos ao governo lembram que o próprio presidente havia alertado sobre a necessidade de reduzir despesas, incluindo o corte salarial do alto escalão do governo. Embora Maduro tenha afirmado que busca uma “estratégia de recuperação por causa da queda dos preços do petróleo”, em novembro passado o então chanceler venezuelano Rafael Ramírez visitou alguns países integrantes da OPEP com este mesmo pretexto. Até hoje o resultado formal por parte do governo venezuelano não ficou claro, mas nas entrelinhas percebe-se que foi muito aquém do esperado.

Produtores de petróleo têm pouca margem para ajudar a Venezuela

Maduro chegou na Rússia quando os preços do petróleo caíram ainda mais por causa de um recorde na produção petroleira daquele país. Embora sejam países amigos, a Rússia também está frágil economicamente e não fará empréstimos à Venezuela. Já a China é um grande parceiro econômico, mas não deverá conceder novos empréstimos porque já tem muitos créditos investidos por aqui e sabe que as reservas internacionais da Venezuela estão em seu menor nível.

A Arábia Saudita se negou anteriormente a reduzir a produção petroleira e tampouco tem ambições na América Latina. Já o Irã pode representar um aporte geopolítico, mas o país também está em um mau momento econômico. A Argélia é um sócio comercial contraditório, já que este país africano começou a exportar, em 2014, petróleo para a Venezuela.

Situação econômica na Venezuela é crítica

Para os críticos, esta viagem ao exterior é vista como uma perda de tempo e dinheiro. Os mais críticos afirmam que estas são ações típicas do governo venezuelano, que busca fazer barulho para que seus seguidores interpretem como um esforço para manter o país no bom caminho.

A Venezuela precisa de cerca de US$ 25 bilhões para colocar as contas em dia. Diante da queda do preço do petróleo, a situação tende a ficar cada vez mais crítica. Para Elie Habalian, ex-governador da Venezuela na Opep, o país poderia aplicar regimes especiais à população, algo similar ao que fez Cuba quando perdeu o apoio da antiga União Soviética.

Maduro está com a popularidade em baixa, com uma eleição parlamentar a caminho e diante de uma situação sem precedentes na história econômica da Venezuela.

 

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