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Fato em Foco

Crise econômica, jihadismo, Cuba: especialista analisa perspectivas geopolíticas para 2015

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O que a agenda geopolítica internacional reserva para 2015? Como os fatos do ano passado vão repercutir nas relações internacionais no novo ano? Reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, ascensão do grupo Estado Islâmico, crise econômica... Para o professor de Relações Internacionais da UNESP (Universidade Estadual Paulista), Luis Fernando Ayerbe, a queda do preço do petróleo afetará menos a América Latina que os Estados Unidos.

Integrantes do grupo Estado Islâmico desfilam nas ruas da província síria de Raqa, em foto do dia 30 de junho de 2014.
Integrantes do grupo Estado Islâmico desfilam nas ruas da província síria de Raqa, em foto do dia 30 de junho de 2014. REUTERS/Stringer
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Para o especialista, a retomada das relações entre Cuba e os Estados Unidos também beneficia o Brasil, já que o país fez um grande investimento no porto de Mariel, obra em construção no oeste do país, a quarenta quilômetros de Havana. “A aposta era justamente que o embargo não durasse para sempre e que abrisse todo o mercado da costa leste dos Estados Unidos a partir de Cuba. As empresas instaladas na região poderão exportar diretamente. É uma ótima notícia para o Brasil”, diz.

Crise econômica afeta Brasil e América Latina

Luis Fernando Ayerbe lembra que o novo mandato de Dilma será marcado por um contexto de crise na América Latina. “Do ponto de vista econômico, a situação vai piorar. Na Venezuela, a queda do preço do petróleo terá uma forte incidência. Já foi complicado em 2014 e neste ano deve ser pior”, diz. "No caso do Brasil será um ano de ajustes e de baixo crescimento, como já disse o ministro. Ajustes significam corte de gastos e aumento de impostos. Além da Petrobrás também ser afetada pelo preço do petróleo”, explica.

Grupo Estado Islâmico faz crescer temor de ataque terrorista

As ameaças de atentados terroristas também vão permear todo o ano de 2014. O professor da UNESP acredita que, apesar dos esforços dos Estados Unidos e da coalizão formada por 60 países para combater os jihadistas, o risco não diminuiu. “O que faltaria, talvez, do ponto de vista da estratégia desses países, é colocar tropas no terreno para lutar contra esse movimento. Mas a questão central é questionar a ascensão do terrorismo de um modo geral, e de outros grupos, como o Boko Haram. Movimentos que atraem membros de todos os continentes, inclusive da América Latina.”

Longevidade do governo do presidente sírio Bashar al-Assad

Já a guerra na Síria e a manutenção de Bashar al-Assad no poder é um cenário que não deve sofrer muitas modificações em 2015. Segundo Ayerbe, com a ascensão do grupo Estado Islâmico, os países ocidentais, estrategicamente, preferem não intervir na Síria, que sem governo, poderia ser usada mais facilmente como base terrorista por diversos movimentos.

“De repente pior do que Bashar al-Assad é uma falta de governabilidade total e o crescimento do jihadismo. Como no caso de Cuba: continuar pressionando Cuba poderia ter sido pior. Asfixiar sua economia poderia criar uma situação pior do que buscar uma aproximação mais pragmática. A estratégia dos EUA é ser mais pragmático com a realidade que a região coloca e os regimes existentes, como na Síria. E analisar em que medida eles não são uma melhor forma de governo, comparando com o jihadismo.”
 

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