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Fato em Foco

Sarkozy é favorito para ser novo presidente do partido UMP

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A UMP (União Por um Movimento Popular), principal partido de direita francês, inicia neste sábado (29) as primárias para escolher seu novo presidente. O processo é demorado e vai até o dia 6 de de dezembro. O ex-chefe de Estado Nicolas Sarkozy é o favorito dos três candidatos anunciados até agora. O ex-ministro Bruno Le Maire e o deputado Hervé Mariton, conhecido pelas suas posições conservadoras, também estão no páreo.  

Nicolas Sarkozy e Alain Juppé durante um encontro em Bordeaux, no sábado dia 22 novembre 2014.
Nicolas Sarkozy e Alain Juppé durante um encontro em Bordeaux, no sábado dia 22 novembre 2014. REUTERS/Regis Duvignau
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Esta é a primeira vez que os 268.341 membros do partido vão às urnas escolher o representante da UMP. Curiosamente, o pleito inspirou-se nas primárias do Partido Socialista para a escolha do candidato às presidenciais, em 2012. Por enquanto, é praticamente certo que o ex-presidente Nicolas Sarkozy vencerá a disputa, e poderá, assim, preparar o terreno para sua candidatura às primárias das eleições presidenciais de 2017.

“Mesmo que ele vença as eleições para a presidência, isso não significa que ele será, com certeza, o candidato da direita para as eleições presidenciais de 2017. Dentro da UMP, Nicolas Sarkozy não tem um rival”, diz o cientista político Christian Delporte, especialista em imagem e comunicação política. “Sendo eleito, ele vai naturalmente moldar o partido da maneira como deseja, presidindo as reuniões e mudanças de estatuto e organizando as primárias para as presidenciais. E, isso, claro, proporciona a ele uma vantagem extra. Mas, no fim das contas, o que faz a força de Nicolas Sarkozy é a fraqueza de François Hollande. Hoje, qualquer candidato da direita poderia bater a esquerda em 2017.”

Sarkozy disputará vaga para as eleições presidenciais com Juppé

O ex-presidente Nicolas Sarkozy já anunciou sua intenção de disputar novamente as eleições presidenciais. Mas ele precisará enfrentar um concorrente de peso dentro do seu próprio partido: Alain Juppé, ex-primeiro-ministro e atual prefeito de Bordeaux. Juppé já ocupou diversos cargos no executivo e é atualmente a personalidade política preferida dos franceses.

O ex-premiê também já disse que participará das primárias da UMP prevista para 2016, que escolherá o candidato do partido à presidência. Se for escolhido, por enquanto tem grandes chances de ser eleito. Mesmo sendo conservador, diz Delporte, Juppé soube conquistar o eleitorado de esquerda, desiludido com a política de François Hollande, um dos chefes mais impopulares da história francesa.

O cientista político também diz que o fato de Juppé não disputar a presidência do partido é uma surpresa. “A estratégia de Juppé neste momento é de aparecer como alguém que una os franceses e não se mistura a essa avalanche de escândalos políticos diários, que desgastam muito os candidatos. Ele não quer associar sua imagem à de um líder partidário ou à de um “chefe de clã.” Juppé pretende, em vez disso, unir a direita, o centro, e mesmo além. Ou seja, agir visando mais a opinião pública e menos o partido”, resume.

Alain Juppé soube se distanciar de escandâlos políticos

De acordo com Christian Delporte, o ex-primeiro-ministro se tornou popular porque se manteve afastado de debates políticos polêmicos sobre questões como a Imigração ou a Identidade Nacional. “Ele surgiu como uma espécie de 'sábio' da direita. Não podemos esquecer também que esse sucesso repentino de Juppé se deve, em uma boa parte do casos, à desconfiança, e ao temor da opinião pública com o retorno de Sarkozy. Na verdade, os eleitores que não querem que ele volte, e são muitos, preferem Juppé”, afirma.

A questão agora, diz, é qual dos dois candidatos será escolhido pelos militantes em 2016, nas primárias para as eleições presidenciais. “Sarkozy não quer as primárias mas será obrigado a organizá-las, e vai tentar obter uma eleição com o menor número de eleitores possível, o círculo mais restrito do UMP. Já Alain Juppé, que é mais popular junto à opinião pública, preferirá primárias mais abertas aos franceses.”
 

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