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Linha Direta

Repressão policial enfraquece "Movimento do Guarda-Chuva" em Hong Kong

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Depois de dois meses de protestos por eleições livres em Hong Kong, o governo local realiza essa semana uma operação policial para pôor fim às zonas de ocupação pacífica na cidade. Foram registrados confrontos entre manifestantes e autoridades na península de Kowloon e dezenas de pessoas foram detidas, inclusive líderes estudantis. A mobilização civil que ficou conhecida como" Movimento do Guarda-Chuva” perde apoio e as negociações estão congeladas. Manifestantes ameaçam novamente ocupar prédios públicos.

Confrontos ocorreram em Mong Kok entre estudantes e a polícia de choque de Hong Kong.
Confrontos ocorreram em Mong Kok entre estudantes e a polícia de choque de Hong Kong. REUTERS/Tyrone Siu
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Luisa Duarte, correspondente da RFI Brasil em Hong Kong

Na península de Kowloon, no bairro de Monk Kok, a noite foi de confrontos. Nesta manhã (27), a Federação de Estudantes ameaçou visar prédios do governo em resposta aos enfrentamentos e prisões dessa madrugada. Apesar de não estarem usando equipamento de choque, os policiais utilizaram um composto que contém spray de pimenta para dispersar a multidão e conseguiram retirar barricadas e esvaziar o estratégico acampamento, o único na populosa área de Kowloon. Depois de dois meses, o tráfego voltou na totalidade da Nathan Road, uma das principais vias de Hong Kong.

Desocupação

As autoridades começaram na terça-feira (25) uma ação de desocupação e diversos incidentes vêm sendo registrados. Dezenas de manifestantes que se recusaram a deixar o local foram detidos. Figuras-chave do movimento, como o jovem Joshua Wong e o líder ativista da Federação de Estudantes de Hong Kong, Lester Shum, foram presos. Pelo menos 116 pessoas foram detidas.

Na quarta-feira (26), sete policiais também foram detidos, acusados de terem espancado um manifestante pró-democrático no dia 15 de outubro. A cena foi registrada por várias equipes de TV presentes na área, próxima a sede do governo.

Não há previsão de quanto tempo a operação de "limpeza" das ruas pode durar. Segundo a imprensa local, seis mil policiais foram mobilizados até domingo que vem para desocupar as ruas de Hong Kong. O patrulhamento é intenso, para evitar que os manifestantes voltem para as ruas que acabam de ser desocupadas.

Dois pontos ainda permanecem ocupados, o principal deles é a zona que cerca a sede do executivo e o outro, o bairro comercial de Causeway Bay.

Movimento enfraquecido

O movimento, que começou com muita força a ocupar pacificamente pontos da cidade desde outubro, conseguiu mobilizar milhares de pessoas pedindo o voto direto. Hoje, com o fracasso das negociações entre líderes estudantis e autoridades, ele está enfraquecido e o número de pessoas nas ruas vem se reduzindo a olhos vistos.

A insatisfação de residentes e taxistas, que querem o retorno da normalidade na cidade de 7 milhões de habitantes, que segue com partes do tráfego alterado pela ocupação, se soma àa falta de uma solução política para colocar em prática uma reforma eleitoral.

Protestos

Na última semana, estudantes protestaram em frente ao Consulado da Inglaterra em Hong Kong, em uma tentativa de obter apoio para o movimento por eleições livres. Integrantes do Occupy Central e de organizações estudantis, principais organizadores das manifestações, consideram que o país que controlou até 1997 a atual região administrativa da China deveria ter um papel mais ativo na questão.

Nos últimos dias, líderes estudantis foram barrados tentando embarcar para Pequim, onde queriam cobrar uma resposta do governo chinês.

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