Organização mundial de homossexuais católicos é criada em Portugal
Terminou nesta quarta-feira (8) em Portimão, no sul de Portugal, o primeiro congresso de Associações Homossexuais Católicas. Os participantes do evento, que durou três dias, fundaram uma Organização Mundial para representar a minoria junto ao Vaticano.
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Taíse Parente, em colaboração para a RFI
O Congresso português reuniu organizações de diversos países. Do Brasil, estavam presentes representantes da 'Diversidade Católica' e da 'Pastoral da Diversidade'. Realizado pela associação portuguesa 'Rumos Novos', o evento coincidiu com o início, no último domingo, de um Sínodo sobre a família no Vaticano. Durante a reunião na Santa Fé, que vai até o dia 19 de outubro, o papa Francisco discute com os bispos as novas realidades da família moderna e temas tabus para a Igreja Católica, como as uniões de casais do mesmo sexo e o acompanhamento pastoral que deve ser dado aos filhos destes casais.
Segundo José Leote, presidente da 'Rumos Novos', esta é a primeira vez que a postura oficial da Igreja em relação aos homossexuais católicos é discutida, já que o último Sínodo dos Bispos sobre a família foi realizado há 34 anos e o assunto não foi abordado. Depois do encerramento do congresso em Portugal, um documento foi enviado para o Vaticano pedindo por mais integração do grupo.
Entretanto, de acordo com o organizador do evento, o objetivo principal do congresso não foi a carta enviada ao Sínodo, mas a criação de uma Organização Mundial das Associações Homossexuais Católicas, (WOHCA, na sigla em inglês), que os representasse no Vaticano e desse voz aos homossexuais católicos. A WOHCA foi formada por associações de Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Itália, Polônia, Brasil, Estados Unidos, Argentina, México e Peru.
Fiéis como os demais
Sob o tema 'Construindo Pontes', o encontro em Portugal terminou com a esperança de que uma mudança na Igreja esteja próxima, especialmente sob o papado de Francisco, para que os homossexuais possam ser melhor acolhidos pela entidade. Leote afirma que a integração deve ser feita pela 'aceitação plena' e que os 'homossexuais são fiéis como quaisquer outros".
Apesar dos gays serem frequentemente condenados pelas alas mais conservadoras da Igreja Católica, a associação brasileira 'Diversidade Católica', que participou do encontro em Portimão, acredita que ser gay e católico não é incompatível. "Temos a imensa alegria de seguir Jesus Cristo e compreender que, por ser diversa, a Igreja acolhe as diferenças humanas", diz o site da entidade.
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